Cidade do Vaticano
Os dramáticos efeitos das mudanças climáticas em andamento em todos os países impõem uma “intervenção urgente” a nível global, sobretudo para as nações mais pobres: estão em jogo não somente vidas humanas e recursos naturais, mas também a paz e a segurança internacional.
Foi a advertência relançada pelo observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento na sexta-feira (25/01) num debate dedicado a este tema na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Conflitos devido ao aquecimento favorecem o extremismo
Os efeitos do aquecimento global já começam a ser vistos, sobretudo nos países mais pobres, os que pagam o custo mais elevado das mudanças climáticas, como confirmam estudos recentes, ressaltou o arcebispo filipino.
O representante vaticano citou, entre outros, o caso do Lago do Chade, onde a crescente escassez de água está provocando um deslocamento maciço de populações e o aumento dos conflitos, terreno fértil para a expansão do extremismo.
Urge “uma ação imediata”
Para prevenir as múltiplas consequências da elevação das temperaturas em nossa casa comum, bem como para impedir seus efeitos sobre a paz e a segurança mundial, é necessário “uma ação imediata” segundo as diretrizes indicadas no último Relatório do Grupo intergovernamental de especialistas sobre a mudança climática, ressaltou Dom Auza.
Trata-se, concretamente, de potencializar a governança em vários níveis, melhorar a eficácia das instituições, promover a inovação tecnológica, reforçar os instrumentos políticos e os financiamentos ao clima e permitir mudanças de estilos de vida e comportamento.
Papa Francisco chama todos a uma “conversão ecológica”
Estas ações fazem parte daquela “conversão ecológica solicitada por Francisco e que interpela a comunidade internacional e toda pessoa, afirmou o observador permanente.
Por fim, o núncio apostólico relançou o apelo do Papa “a um compromisso mais decidido por parte dos Estados a reforçar a colaboração ao contrastar com urgência o preocupante fenômeno do aquecimento global”. “Nossa incapacidade de agir” obrigará “os mais vulneráveis a lutar pelo alimento e a desencadear guerras pela água”, concluiu o representante vaticano.