Cidade do Vaticano (RV) – “O ecumenismo dos Santos é uma belíssima oportunidade para o diálogo entre as Igrejas”, afirmou o Cardeal Kurt Koch, ao comentar a acolhida que a relíquia de São Nicolau recebeu na Federação Russa, onde foi venerada por mais de 2,5 milhões de fiéis.
Antes de partir para São Petersburgo no início da tarde de quarta-feira, 26, o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos declarou ao L’Osservatore Romano, que este foi um grande acontecimento ecumênico, “muito importante porque a veneração das relíquias pode ajudar a envolver os fiéis no esforço pelo diálogo. De fato, é bonito que os líderes das Igrejas se encontrem, mas é muito importante que também o povo o faça”.
Retorno da relíquia a Bari
O purpurado guia a delegação que, no início da tarde de sexta-feira, 28, em um voo que partirá de São Petersburgo, levará de volta à cidade italiana de Bari a relíquia do Santo bispo de Myra.
Com o Cardeal viajaram, entre outros, o Arcebispo de Bari-Bitonto, Dom Francesco Cacucci, o Reitor da Basílica de São Nicolau, Padre Ciro Capotosto, e uma representação do Patriarcado de Moscou.
A delegação foi recebida na Rússia pelo Bispo Nazarij di Kronstadt, que hospedará os visitantes nestes dias de permanência na Federação Russa.
São Nicolau
Nicolau é um dos Santos mais venerados no mundo, reconhecido por fiéis de diferentes Igrejas e Confissões cristãs, como defensor dos fracos e dos perseguidos, protetor da infância, dos marinheiros, das crianças.
Ponte entre Oriente e Ocidente
A substancial universalidade de seu culto, que alimentou riquíssimas tradições populares, acabou criando uma verdadeira ponte entre o Oriente e o Ocidente, como sublinha o dominicano Hyacinthe Destivelle, oficial do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, também ele presente na delegação que partiu de Roma.
“É simbolicamente muito bonito – observa – que este traslado da relíquia tenha sido feito após o encontro em Cuba entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill em 2016, como sinal de amizade, para confiar à São Nicolau a aproximação entre nossas Igrejas”. É uma ponte de diálogo, oração e fraternidade.
“A extraordinária afluência de fiéis em Moscou e em São Petersburgo – explica Destivelle – não surpreende. São Nicolau está muito ligado à história russa. Um terço das igrejas levam o seu nome e em todas as casas há um ícone seu diante do qual se pede a proteção para a família”.
Ademais – explica o dominicano – “Nicolau não é somente o protetor dos marinheiros, mas aquele que vem em socorro em todas as decisões concretas da vida de todos os dias. É o santo que indica o bom caminho”.
Encontro com Kirill e Hilarion
Na noite desta quinta-feira, 27, o Cardeal Koch, após ter visitado as principais igrejas de São Petersburgo e celebrado a missa na Basílica católica de Santa Catarina, encontrará o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, Presidente do Departamento para as Relações eclesiásticas Externas do Patriarcado.
Na sexta-feira, a delegação terá um encontro com o Patriarca Kirill. Católicos e ortodoxos rezarão juntos, diante da relíquia de São Nicolau, antes de seu retorno à Itália na parte da tarde, com chegada prevista ao Aeroporto de Bari às 19 horas.
Imediatamente a relíquia será levada até a Basílica onde, com uma solene procissão e a récita das Vésperas, será colocada no sepulcro do Santo na presença de um escrivão, chamado para redigir o ato formal que registrará para a história, “o retorno de São Nicolau” a Bari.
Fonte: Rádio Vaticano