Pastoral Rodoviária é exemplo de fé junto aos caminhoneiros nas estradas do Brasil

Com uma frota correspondente a 3,1% dos 77,8 milhões de veículos registrados no país, segundo dados do Ministério das Cidades, os caminhões são um dos principais responsáveis pelo transporte de carga no Brasil. Os caminhoneiros, profissionais regulamentados por lei específica, formam uma das categorias que exercem um dos trabalhos mais prestigiados e, ao mesmo tempo, mais perigosos do país. Dados divulgados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2015 apontam que, em média, a faixa etária dos que atuam na profissão é de 44,3 anos e que, no geral, os mesmos estão na profissão há 18 anos.

Dado a importância do serviço prestado e oferecido por eles, o país celebra em três meses diferentes datas comemorativas em homenagem ao “Dia do Caminhoneiro”, uma delas é marcada no dia 30 de junho. Várias são as iniciativas que buscam reconhecer os aliados das rodovias, uma delas é desempenhada pela Pastoral Rodoviária, que já atua há 40 anos e busca ser presença religiosa no mundo dos profissionais do transporte, principalmente os caminhoneiros.

Historicamente, a Pastoral Rodoviária teve início em 1976, quando surgiu de duas ideias: a de dom Geraldo Micheletto Pellanda, na época bispo de Ponta Grossa (PR) e a do padre Marian Litewka. Dom Geraldo observava o volume do tráfego rodoviário nas estradas que cortam a diocese de Ponta Grossa e procurou encontrar um modo de levar o Evangelho para o ambiente. Foi inclusive por isso que, participando do Concílio Vaticano II, providenciou a cópia da imagem de Nossa Senhora da Estrada. O bispo sonhava com a construção de uma capela e de um centro de atendimento pastoral para os motoristas em viagem. Da mesma forma, padre Marian sonhava.

Colocado o plano em prática, atualmente a Pastoral conta com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bem como faz parte do Setor Mobilidade Humana, ligado à Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da CNBB. Um de seus objetivos é a valorização, pelo Evangelho, de quem vive e trabalha no ambiente rodoviário. Também busca ser presença ambulante da Igreja nas estradas do Brasil e, por último, ajuda na organização social dos motoristas profissionais conforme o lema “O povo unido- pela força do de Deus – jamais será vencido!”.

Atuação

A Pastoral Rodoviária marca presença em viagens e durante as visitas aos estabelecimentos rodoviários, como por exemplo, postos de combustíveis, restaurantes, oficinas e borracharias. Tais visitas tem como finalidades criar um ambiente de amizade nas estradas e valorizar, pelo Evangelho, quem vive e trabalha nas estradas. Para conseguir isso, os agentes usam conversas fraternas ou até mesmo a celebração da missa, denominada missa rodoviária ou missa dos motoristas. Esta última é realizada, em geral, no fim da jornada dentro do caminhão-capela.

De acordo com o padre Marian Litewka, os colegas da equipe estão presentes nas estradas do Brasil durante aproximadamente 230 dias no ano. “O nosso dia-a-dia consiste basicamente em viagem, visitas aos estabelecimentos rodoviários e a missa. Fora isso, planejamos o trabalho tais como rotas futuras, esquema das missas nas estradas, material necessário, etc”.

Questionado sobre a religiosidade dos caminhoneiros brasileiros, padre Marian afirma que são pessoas honradas e de muita fé. “Identifico sempre dois pontos firmes na vida dos caminhoneiros: Deus e família. Para os caminhoneiros, porém, faltam oportunidades de progredir na fé. E exprimí-la. Aqui está o grande diferencial da Pastoral Rodoviária”, garantiu.

Fonte: CNBB

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