Papa Francisco recebeu, na manhã desta sexta-feira, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 150 participantes na XXI Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, que se conclui, hoje, com a audiência pontifícia.
No discurso que pronunciou aos presentes, o Santo Padre se deteve sobre três pontos principais: “família, comunidade de vida, com consistência autônoma”; “família fundada no matrimônio” e “fases da vida familiar: infância e velhice”.
Falando sobre o primeiro ponto “a família é uma comunidade de vida, que tem uma sua consistência autônoma”, o Papa recordou a exortação apostólica Familiaris Consortio de JPII: “A família não é a soma de pessoas que a constituem, mas uma comunidade de pessoas”. E definiu a família:
“A família è o lugar onde se aprende a amar; é o centro natural da vida humana. Ela é composta de rostos e de pessoas que amam, dialogam, se sacrificam e defendem a vida, sobretudo a mais frágil e fraca… a família é o motor do mundo e da história”.
Na família, esclareceu o Bispo de Roma, cada um constrói a própria personalidade, cresce, respira o calor da casa; é o lugar dos nossos afetos, da nossa intimidade, de aprendizagem; nela, a pessoa toma consciência da própria dignidade, da educação cristã e dos respeito aos outros, sobretudo os enfermos e marginalizados.
Depois, o Papa Francisco apresentou o segundo ponto da sua reflexão: “a família se funda no matrimônio”. Mediante um ato de amor livre e fiel, os esposos cristãos testemunham que o matrimônio, como Sacramento, é a base sobre a qual se funda a família e torna mais sólida a união dos cônjuges e a doação recíproca.
O amor esponsal e familiar revela claramente a vocação da pessoa a amar, de modo único e constante; as provações e os sacrifícios representam uma fase de crescimento no bem, na verdade e na beleza. E o Santo Padre completou:
“No matrimônio, os esposos fazem uma doação completa de si, sem cálculos e nem reservas, compartilhando tudo, dons e renúncias, confiando na Providência divina. Eis a experiência que os jovens devem aprender de seus pais e avós: experiência de fé em Deus, de confiança recíproca, de profunda liberdade e de santidade”.
Por fim, o Pontífice expôs seu terceiro ponto de vista sobre a família: as duas fases da vida familiar: “a infância e a velhice”. As crianças e os idosos representam os dois pólos da vida, os mais vulneráveis e até esquecidos. Uma sociedade que marginaliza as pessoas idosas renega as suas raízes e obscura o seu futuro.
De fato, explicou o Papa, todas as vezes que uma sociedade abandona uma criança e exclui um idoso, comete, não apenas um ato de injustiça, mas proclama a própria falência. E acrescentou:
“A Igreja que cuida das crianças e dos anciãos se torna a mãe das gerações de fiéis e, ao mesmo tempo, presta serviço à sociedade humana. Somente assim, mediante o espírito de amor, a familiaridade e a solidariedade, pode-se ajudar todos a redescobrir a paternidade e a maternidade de Deus”.
A família, concluiu o Santo Padre, é parte importante da evangelização: os cristãos comunicam a todos a Boa Nova através do testemunho da família. E seu segredo é a presença de Jesus no seio da família humana.
Papa Francisco exortou os participantes, que concluem a Plenária do Pontifício Conselho para a Família, dizendo: “Sejamos solidários, atenciosos e afetuosos, com as famílias em dificuldade e em crise; com as obrigadas a deixar suas terras, as que estão divididas, que não têm casa ou trabalho e as sofredoras.
Enfim, o Santo Padre fez votos de que os trabalhos da Assembléia, que hoje se concluem, no Vaticano, possam contribuir para a realização do próximo Sínodo extraordinário dos Bispos, que será dedicado precisamente às famílias.
Local: Cidade do Vaticano
Fonte: Rádio Vaticano