Buenos Aires (ACI).- A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Rosário, na Argentina, expressou que a cátedra do aborto que será ensinada na Universidade Nacional de Rosário carece de legalidade e ética; e em vez disso deveria abordar as causas, as consequências da prática anti-vida e promover um compromisso de acompanhamento integral para a mãe e para o filho.
No dia 4 de maio, a Faculdade de Medicina da Universidade aprovou por unanimidade o curso eletivo “O aborto como um problema de saúde”, no qual mencionarão temas como a legislação vigente, a objeção de consciência, as técnicas do aborto cirúrgico ou com remédios, métodos anticoncepcionais, entre outros.
Em sua mensagem no dia 23 de maio, a Pastoral da Saúde advertiu que se “fosse exposto honestamente” o problema do aborto, deveriam ser abordadas as “causas relacionadas principalmente à realidade social e econômica do nosso país”.
“As consequências do aborto para a saúde física e psicológica das mulheres e levar em consideração que se uma mulher chega a este ponto é porque fracassamos como sociedade” também deveria fazer parte dos temas a serem tratados.
No texto, a Pastoral da Saúde citou as palavras do ex-presidente do Uruguai, o médico Tabaré Vázquez, que disse: “O verdadeiro grau de civilização de uma nação é medido por como são protegidos os mais necessitados. Portanto, é necessário proteger os mais fracos”.
Em uma decisão histórica, em 13 de novembro de 2008, quando ainda era presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez vetou a lei do aborto que havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados por 49 a 48 votos. Quatro anos depois, em outubro de 2012, seu sucessor no cargo, José Mujica assinou a lei que permite o assassinato de crianças não nascidas no país.
A Pastoral da Saúde assinala em seu pronunciamento que é necessário defender os fracos, promovendo entre os “estudantes um compromisso social que derive em uma política pública de acompanhamento psicológico, econômico e espiritual, que cuide da vida da mãe e da vida que carrega no seu ventre, pois ambos estão passando por dificuldade e precisam de atenção”.
“Diante da vida por nascer, trata-se de ter um olhar da situação inclusiva e, certamente, não violenta, respeitosa da lei e da ética. Claro, o que propõem é um olhar mais exigente, pois requer tempo, recursos e carinho”, assegurou.
No aspecto legal e ético, “é necessário afirmar que toda a vida humana está protegida pela lei de Deus e pelas leis civis”, manifestou a Pastoral.
O texto recorda que há vários textos na legislação argentina que se expressam a favor da vida como a Constituição Nacional, o Código Civil Argentino; enquanto na ordem internacional são praticados no país a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre os Direitos da Criança.
“A missão do médico é cuidar da vida, e nunca causar a morte ou colaborar com ela”, concluíram.
Fonte: Acidigital