São cerca 48 mil as crianças uruguaias deficientes, invisíveis e entre as mais vulneráveis à violência, ao abuso e à exploração. Foi o que emergiu do documento do Unicef e do Instituto Interamericano sobre Discapacidad y Desarrollo Inclusivo, intitulado La situación de niños y adolescentes con discapacidad en Uruguay. La oportunidad de la inclusión, que mostra dados nacionais sobre o tema e propõe os principais desafios e as oportunidades a explorar para conseguir progredir nos direitos dos deficientes.
16 % dos uruguaios, mais de meio milhão, sofre algum tipo de deficiência. A média mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde, é de 15%. As crianças uruguaias deficientes oficialmente registradas são 47.799, 9% do total da população e 5,6% das pessoas entre 0 e 17 anos. Quase a metade dos menores e adultos, 48%, pertence a famílias com escassos recursos econômicos.
No documento, resulta que as deficiências mais comuns entre as crianças são as intelectuais. 23.472 crianças e adolescentes, entre 6 e 17 anos, têm dificuldade de aprendizagem. A deficiência de visão fica em segundo lugar. 19.885 menores de 18 anos não veem ou têm graves problemas na vista. Em terceiro lugar, estão as dificuldades de audição, que atingem 6.375 menores. Cerca de 1.500 são surdos ou têm sérios problemas. 6.274 crianças e jovens, entre 2 e 17 anos, sofrem dificuldades físicas ou motórias.
Entre as linhas de ação propostas para fazer frente ao problema, estão a luta para derrotar preconceitos e barreiras culturais, melhorar as técnicas para uma diagnose mais veloz das deficiências e o acesso aos serviços de reabilitação. A instrução é outro elemento-chave. De
fato, não obstante 87% dos menores entre 4 e 17 anos frequentarem centros de assistência, a passagem da escola primária àquela secundária representa, até agora, um limite insuperável para a maior parte dos deficientes.
Num relatório sobre o Estado Mundial da Infância, aprese ntado recentemente em Montevideo e feito pelo Unicef, resulta que não existem dados certos sobre crianças deficientes em todo o mundo, mas se calcula que pelo menos 93 milhões de menores, um a cada 20 com menos de 14 anos, vive com alguma deficiência moderada ou grave.
Fonte: Garotada Missionária