Papa encerra Jubileu: Deus nos acolhe sempre com sua misericórdia

Clique aqui para ouvir:

 

Domingo 20 de novembro. Ultimo domingo do ano litúrgico e Solenidade de Cristo Rei do Universo. O Papa Francisco, na conclusão do Ano Santo da Misericórdia, antes da celebração eucarística, procedeu ao rito de encerramento da Porta Santa da Basílica Vaticana.

Na sua homilia, centrada na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, Francisco começou por dizer que esta festa coroa o ano litúrgico e o Ano Santo da Misericórdia, ressaltando que o Evangelho nos apresenta a realeza de Jesus mas de forma surpreendente. «O Messias de Deus, o Eleito, (…) o Rei», disse, aparece sem poder nem glória: está na cruz, onde parece mais um vencido do que um vencedor. A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um ceptro, mas põem-Lhe uma cana na mão.

Tudo isto porque não é deste mundo o reino de Jesus, mas é precisamente nele que encontramos a redenção e o perdão, explicou Francisco:

“Porque a grandeza do seu reino não está na força segundo o mundo, mas no amor de Deus, um amor capaz de alcançar e restaurar todas as coisas. Por este amor, Cristo abaixou-Se até nós, viveu a nossa miséria humana, provou a nossa condição mais ignóbil: a injustiça, a traição, o abandono; experimentou a morte, o sepulcro, a morada dos mortos (…). Unicamente este amor venceu e continua a vencer os nossos grandes adversários: o pecado, a morte, o medo”.

Mas não basta crer que Jesus é Rei do universo e centro da história, devemos fazê-Lo tornar-Se Senhor da nossa vida, disse ainda o Santo Padre, acolhendo-O pessoalmente e acolhendo também o seu modo de reinar. E o Papa falou de três personagens ou tipos de figuras que, além de Jesus, estão presentes no Evangelho de hoje: o povo que observa, o grupo que está aos pés da cruz e um malfeitor crucificado ao lado de Jesus.

O segundo grupo engloba vários personagens, continuou Francisco, os chefes do povo, os soldados e um dos malfeitores – todos eles escarnecem de Jesus, dirigindo-Lhe a mesma provocação: «Salve-Se a Si mesmo». Esta tentação é um ataque contra o amor, reiterou o Papa, “Salva-te a ti mesmo; não os outros, mas a ti mesmo, prevaleça o eu com a sua força, a sua glória, o seu sucesso. Mas Jesus, face a este ataque ao seu próprio modo de ser, não fala, não reage, não Se defende, observou o Papa, mas antes continua a amar, perdoa, vive o momento da prova segundo a vontade do Pai, seguro de que o amor dará fruto.

Para acolher a realeza de Jesus, somos chamados a lutar contra esta tentação, a fixar o olhar no Crucificado, para Lhe sermos fiéis cada vez mais, disse o Papa que também acrescentou:

“Mas, em vez disso, quantas vezes se procuraram – mesmo entre nós – as seguranças gratificantes oferecidas pelo mundo! Quantas vezes nos sentimos tentados a descer da cruz! A força de atracção que tem o poder e o sucesso pareceu um caminho mais fácil e rápido para difundir o Evangelho, esquecendo depressa como atua o reino de Deus. Este Ano da Misericórdia convidou-nos a descobrir novamente o centro, a regressar ao essencial. Este tempo de misericórdia chama-nos a contemplar o verdadeiro rosto do nosso Rei, aquele que brilha na Páscoa, e a descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor, missionária”.

E finalmente o Papa falou do outro personagem, mais perto de Jesus, o malfeitor que O invoca dizendo: «Jesus, lembra-Te de mim, quando estiveres no teu Reino», sublinhando que ele não se fechou em si mesmo, mas, com os seus erros, os seus pecados e os seus problemas, dirigiu-se a Jesus, pediu para ser lembrado, e saboreou a misericórdia de Deus que não tem memória do pecado, mas de nós, de cada um de nós, seus filhos amados – concluiu Francisco convidando todos a pedir a graça de nunca fechar as portas da reconciliação e do perdão, mas saber ultrapassar o mal e as divergências, abrindo todas as vias possíveis de esperança.

Todos nós fomos investidos em misericórdia para nos revestir de sentimentos de misericórdia, para nos tornarmos, nós também, instrumentos de misericórdia.

Que Nossa Senhora nos acompanhe no nosso caminho, Ela que esteve junto da cruz e viu o bom ladrão receber o perdão e tomou o discípulo de Jesus como seu filho, Ela que é a Mãe de misericórdia, não deixará sem resposta cada situação nossa e cada oração nossa dirigida aos seus olhos misericordiosos.

 

Fonte: Rádio Vaticano

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here