Os bispos da República Democrática do Congo suspendem a sua participação no diálogo nacional por causa dos confrontos que se têm verificado nos últimos dias em Kinshasa e condicionam o seu regresso à mesa das negociações à exclusão do actual Presidente, Joseph Kabila, nas próximas eleições, “que devem ser organizadas o mais rapidamente possível”.
Os bispos condenam fortemente a violência venha de onde vier
“O sangue dos nossos irmãos e irmãs inocentes derramado para o respeito da Constituição nos interpela. Constitui para nós um “sinal dos tempos”, afirma um comunicado da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), citado pela agência Fides. “Por respeito a eles, num impulso de solidariedade para com as famílias duramente provadas e para com todo o povo congolês, a CENCO considera prudente suspender a sua participação no diálogo nacional como sinal de luto e em busca de um amplo consenso”. Os bispos condenam fortemente a violência “venha de onde vier” e recordam a todos os congoleses “que não são inimigos, mas irmãos, compatriotas de um Estado que devem construir juntos e não destruir”.
O regresso dos bispos ao diálogo nacional só se Kabila não renovar candidatura
A CENCO impõe como condição para a retomada da sua participação no diálogo nacional a assinatura de um acordo político preliminar, que inclua os seguintes pontos: “deverá ser claramente estabelecida e estipulado que o actual Presidente da República não será candidato nas próximas eleições presidenciais, a ser organizadas o mais rapidamente possível”; “as datas das eleições deverão ser estabelecidas pelo acordo”.
Pelo menos 20 mortos em dois dias de confrontos
Por causa da violência, o diálogo nacional foi suspenso por 48 horas. Kinshasa vivia uma calma precária nesta sexta-feira (23/09). Um balanço provisório dos dois dias de confrontos é de pelo menos vinte mortos, entre a polícia e manifestantes. Vários edifícios foram saqueados.
Fonte: Rádio Vaticano