Completa-se 20 anos da beatificação de Santiago Gapp, mártir decapitado por nazistas

MADRI, (ACI/Actuall).- A Igreja comemora hoje a festividade litúrgica do beato Santiago Gapp, sacerdote austríaco da Companhia de Maria, decapitado em Berlim, em 1943, depois de ser localizado pela Gestapo em Valência, na Espanha, para onde tinha fugido perseguido pelo regime nazista. Além disso, este ano completa 20 anos que foi beatificado pelo Papa São João Paulo II em 1996.

Os religiosos marianistas celebram missas em sua homenagem nas suas comunidades, entre elas no colégio do Pilar, em Valência, onde foi acolhido e deu aula e onde ele foi apresentado a todos os alunos de 2º grau, “tanto nas aulas de História como nos exercícios espirituais, como modelo de fé”, conforme indicou à agência AVAN o sacerdote marianista José Maria Salaverri, da comunidade do colégio do Pilar.

Gapp chegou em Valência em 1941 e atuou como capelão no Colégio do Pilar onde deu aulas de alemão e latim, acrescentou Salaverri, autor da biografia “Santiago Gapp, paixão pela verdade frente ao nazismo”.

Jakob Gapp (ou Santiago Gapp) nasceu em Wattens (Áustria) em 1897 e, depois de combater na Primeira Guerra Mundial no exército austríaco, entrou na Companhia de Maria e foi ordenado sacerdote. Fugiu de seu país perseguido pela Gestapo em 1939 “por suas incisivas críticas contra o racismo de Hitler, que plasmava em suas homilias” e, depois de passar por Bordeaux, chegou a Valência em 1941.

Himmler: “Com um milhão de Gapp dominaríamos o mundo”

Um ano depois, dois jovens alemães, que disseram ser irmãos judeus perseguidos pelos nazistas, foram ao colégio do Pilar para pedir ajuda e Santiago “estabeleceu com eles uma grande amizade e inclusive os preparou para o Batismo”.

Alguns dias antes do Batismo, Gapp foi convidado pelos dois amigos para viajar com eles a São Sebastião e, desde então, “mediante enganos, fizeram passar a Hendaya (França), onde foi preso pela Gestapo, a qual pertenciam os dois falsos judeus”, explicou Salaverri.

Por último, foi conduzido a Paris e depois a Berlim, “onde fez contínua profissão de sua fé enquanto era interrogado, até que no dia 13 de agosto de 1943 foi decapitado, depois de ter sido condenado à morte por um tribunal popular”, segundo Salaverri.

O caso de Gapp “impressionou o próprio Heinrich Himmler, responsável pela Gestapo, que assegurou que com um milhão de Jakobs Gapp, mas da nossa ideologia, dominaríamos o mundo”, acrescentou.

No processo de beatificação do marianista “foi chave o testemunho de um dos torturadores nazistas, o antigo pastor protestante Karl Neuhaus, ante a Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano”, precisou o autor da biografia do beato. Suas relíquias são veneradas em Innsbruck.

Publicado originalmente no Atual.

 

Fonte: Acidigital

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