Décimo segundo domingo do tempo comum

    No Evangelho deste domingo, Jesus pergunta aos discípulos o que pensam sobre Ele. E eles o dizem sem problema. Primeiro o informam do que diz o povo. Uns dizem que é João Batista, outros, que é Elias e outros não sabem. Em seguida, é Pedro quem diz o que pensa. Jesus é o Messias de Deus. A frase ficou bonita. Teria sido bom se naquele momento Jesus perguntasse o que significava ser o Messias. Provavelmente, aí começariam os problemas. E Pedro teria perdido o prumo e a segurança com a qual havia dado sua resposta à pergunta de Jesus.
    Jesus não toma esse caminho. Em vez de trazer à tona a ignorância de Pedro e seu falar por falar e sem saber, decide seguir adiante com seu anúncio. Ele é certamente o Messias de Deus. Não o nega, mas procura deixar claro que o que Ele – Jesus – entende por Messias não é o mesmo que Pedro. Este provavelmente estava pensando em uma entrada gloriosa de Jesus em Jerusalém, aclamado pelo povo, e uma tomada rápida do poder que libertasse o povo da opressão romana. Jesus não O via assim. O caminho do Messias passa pelo sofrimento e pela dor. E até a morte. Sem essa caminhada – páscoa, não há Messias que valha. Certamente, Jesus esperava que, com essas palavras a Pedro, as idéias lhe ficassem claras e soubesse, de uma vez por todas, o que significa dizer que Ele era o Messias de Deus.
    Mas a relação com Jesus não é apenas de confissão. A fé em Deus não nos deixa nunca onde estávamos. Acreditar em Deus não é apenas concordar com verdades intelectuais sobre as quais nos informamos através de um texto ou de algumas aulas. Dizer que Jesus é o Messias de Deus nos faz descobrir o verdadeiro sentido da vida. E isso, necessariamente, muda a nossa vida. A confissão de fé, na medida em que é autêntica leva ao seguimento. Seguir Jesus supõe uma mudança de vida, uma atitude nova, um compromisso de viver de outra forma nossa relação comigo mesmo, com os outros, com a criação e com Deus.
    Aquele que se compromete a seguir Jesus ouve em seu coração e coloca em prática as palavras de Jesus no final do Evangelho. Seguir Jesus significa por-se a caminho, com tudo aquilo que cada um é. Precisamente ao contrário de se tornar o centro do mundo. Seguir a Jesus é viver a fraternidade. Onde já não há diferença entre uma pessoa e outra porque todos somos um em Cristo. O Messias nos leva à fraternidade do Reino. Mas, para chegarmos a isso, é preciso passarmos pela páscoa – morte ao nosso egoísmo – e ressurreição – vivos para a fraternidade. Nesse dia, conheceremos a vida plena.

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