Especial Sudão do Sul: com uma faca ao pescoço
Num país com tantos milhões de desalojados, com tantas pessoas que foram forçadas a abandonar tudo para salvar a própria vida, torna-se ainda mais significativa a dedicação de tantas comunidades religiosas que, apesar da violência e do medo, não abandonaram o povo.
A Irmã Maya é um bom exemplo disso. Muito jovem, Maya não tem mais que 28 anos. O país estava infestado de bandos armados, em plena guerra civil quando um grupo de homens entrou no edifício e encostou uma faca ao pescoço desta irmã.
Eram cinco bandidos. Estavam ali apenas para fazerem mais um assalto. Por acaso viviam ali umas irmãs. Para eles isso era um dado insignificativo, sem nenhuma importância. Eram mulheres. Podiam até ser estupradas. Enquanto os outros quatro bandidos corriam salas e abriam gavetas à procura de algo de valor, a irmã continuou paralisada, com o braço forte do homem a lhe prender a cabeça e a faca a querer romper a pele do pescoço. “Se gritar, eu te mato!” Felizmente isto não aconteceu. Os bandidos levaram o que quiseram e largaram a irmã. Depois deste assalto, foram muitos os que aconselharam as irmãs a abandonar a região, nem que fosse apenas por algum tempo. Era mais seguro, diziam. Elas, porém, decidiram ficar. Tinham muito que fazer por ali.
Todos os dias estas irmãs se dirigem para o campo de refugiados. Lá vivem cerca de 30 mil famílias. São pessoas que perderam tudo. “Estamos aqui para compartilhar o sofrimento deste povo. Por isso, enquanto houver refugiados, ficaremos.”
Uma guerra civil deixa feridas que, muitas vezes, nunca irão sarar por completo. São vizinhos contra vizinhos, aldeias contra aldeias. Às vezes até famílias contra famílias. Os que estão em luto têm de aprender o significado do perdão. Os que têm as mãos manchadas de sangue têm de descobrir o arrependimento.
Centenas de religiosas e padres arriscam tudo para oferecer o amor de Cristo ao seu povo.
A ACN prometeu ajudá-los!
Fonte: AIS