Sudão do Sul: o mais jovem país do mundo ganhou a independência em 2011. Os festejos duraram pouco tempo. Dois anos depois, na véspera de Natal, tudo desabou.
FATOS DO SUDÃO DO SUL
» Julho 2011
Separação do Sudão. O Sudão do Sul se torna o mais novo país do mundo.
» Dezembro de 2013
Uma guerra civil eclode na maior Diocese, Malakal.
» Primavera 2014
Êxodo massivo da região de Malakal com a intensificação do conflito.
» Primavera 2015
Pelo menos 1.65 milhões de Sul Sudaneses deslocados.
» 2016
Mais de 2 milhões de refugiados.
» Nos últimos 60 anos
O Sul do Sudão teve apenas 10 anos de paz.
O país mergulhou num verdadeiro inferno, com aldeias e vilas sendo atacadas por partidários do presidente Salva Kiir e do ex-vice-presidente Riek Machar. Tudo começou quando o presidente acusou o seu antigo vice-presidente de estar na origem de uma tentativa de golpe de Estado. Na verdade, havia algo mais profundo a dividir os partidários de Salva Kiir e de Riek Machar. Não se tratava de ideologia, ou sequer de uma perspectiva diferente de como governar o país. Era algo bem pior: ódio. Um ódio antigo, tribal, que separa a etnia Dinka da etnia Nuer. País em luto.
Desde a véspera do Natal de 2013 o país se afundou num mar de violência que surpreendeu a todos pela sua dimensão. Não há ninguém no país que não esteja em luto, que não tenha presenciado algum ataque, que não tenha fugido para salvar a própria vida.
De Dezembro de 2013 até aos dias de hoje, morreram dezenas de milhares de pessoas. Há mais de dois milhões de deslocados. As histórias e consequencias desta guerra civil vão acompanhar este povo durante muitas décadas, muitas gerações. Provavelmente, para sempre. São fantasmas que dificilmente desaparecerão. Além dos mortos e feridos, dos desalojados, há um número assustador de pessoas que passam por necessidades absolutas. Muitas não têm praticamente nada para comer. Segundo as Nações Unidas, se juntarmos os famintos com os doentes, há no Sudão do Sul cerca de 7 milhões de homens, mulheres e crianças que precisam de ajuda urgente. Muitos podem mesmo não sobreviver nas próximas semanas, nos próximos meses, se não receberem ajuda urgentemente.
Consciente dos perigos, uma equipe da ACN visitou o Sudão do Sul para se encontrar com sacerdotes, religiosas e com o povo, a fim de ouvir as suas histórias e descobrir o que, juntos, podemos fazer para ajudar.
“Por favor, ajudem-nos e rezem por nós!” Com tanta amargura, tanta infelicidade em tantos rostos, não se imagina como vai ser o Sudão do Sul daqui a uns anos. A Igreja é das poucas instituições que continua a consolar, a dar alimento, a curar feridas, a nutrir esperança e a fazer pontes que levem ao perdão.
Fonte: AIS