É permitido comer dentro da igreja?

Você vai se surpreender com a resposta do Papa Francisco

Pergunta

Sei que durante a missa não se pode comer na igreja, mas fora dos momentos de celebração, é permitido? Tenho uma amiga que ficou chocada ao ver uma pessoa distribuindo doces dentro da igreja durante uma reunião. Eu não vejo tanta gravidade nisso, mas gostaria de receber alguma orientação sobre o tema.

Resposta

Antes de mais nada, vamos esclarecer o que é uma igreja ou templo paroquial: “um edifício destinado ao culto divino, no qual os fiéis têm direito de entrar para a celebração, sobretudo pública, do culto divino” (Código de Direito Canônico, cânon 1214).

Portanto, é preciso evitar nas igrejas qualquer coisa que não esteja em consonância com a santidade do lugar (cânon 1220). A igreja não é um lugar sombrio, mas tampouco um lugar de diversão; é acima de tudo uma casa de oração.

As igrejas são lugares sagrados porque nelas está o Santíssimo Sacramento, e sua presença exige de nós a maior reverência possível. É por isso que, ainda que não esteja sendo celebrada a missa, o ambiente na igreja deve ser propício para a oração e o respeito a Deus.

Em um lugar sagrado só se pode admitir aquilo que favorece o exercício e incentivo do culto, da piedade e da religião, e se proíbe o que não estiver de acordo com a santidade do lugar. No entanto, o bispo local pode permitir, em casos concretos, outros usos, quando não forem contrários à santidade do lugar (cânon 1210).

Os atos não litúrgicos em uma igreja paroquial sempre terão um caráter extraordinário, serão atos pontuais e excepcionais.

Corresponde ao bispo diocesano autorizar ou não cada caso concreto (por escrito), buscando o bem espiritual dos fiéis; ele poderá autorizar, por exemplo, concertos de música sacra e outros atos culturais ou institucionais (literários, acadêmicos), mas levando em consideração a natureza e o conteúdo do ato.

Levando tudo isso em consideração, entende-se que na igreja não se deve mascar chiclete, chupar bala, comer nem beber. Por quê? Simplesmente porque isso não corresponde à dignidade do lugar.

Porém, tampouco podemos cair no outro extremo. Se alguma pessoa precisa tomar um remédio no meio da missa (por exemplo, alguém que sofre de hipoglicemia), não há problema algum em fazê-lo, e isso não rompe o jejum eucarístico.

Ou se um bebê tem fome, também é permitido amamentar na igreja. E foi justamente isso que o Papa Francisco recordou no dia 10 de janeiro, ao dizer: “Quando um bebê chora porque está com fome, eu digo às mães: se o seu filho está com fome, alimente-o aqui, com toda tranquilidade”.

Fonte: Aleteia

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