Após abrir a Porta Santa da Basílica de São Pedro e iniciar assim o Jubileu da Misericórdia, o Papa recitou a oração mariana do Angelus a partir da janela do Palácio Apostólico.
Abaixo, publicamos a íntegra da alocução de Francisco.
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Caros irmãos e irmãs, bom dia!
A Solenidade da Imaculada Conceição nos faz contemplar Nossa Senhora que, por singular privilégio, foi preservada do pecado original desde a sua concepção. Mesmo vivendo em um mundo marcado pelo pecado, este não a macula: é nossa irmã no sofrimento, mas não no mal e no pecado. Aliás, nela, o mal foi derrotado antes mesmo que pudesse se aproximar dela, porque Deus a revestiu de graça. (cfr Lc 1,28);
A Imaculada Conceição significa que Maria é a primeira a ser salva pela infinita misericórdia do Pai, como premissa de salvação que Deus quer doar a cada homem e mulher, em Cristo.
Por isso, a Imaculada passou a ser ícone sublime da misericórdia divina que venceu o pecado. E nós, hoje, no início do Jubileu da Misericórdia, queremos olhar para este ícone com amor confiante e contempla-la em todo o seu esplendor, imitando a sua fé.
Na concepção imaculada de Maria somos convidados a reconhecer a aurora do novo mundo, transformado pela obra salvífica do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A aurora da nova criação feita pela divina misericórdia. Por isso a Virgem Maria, jamais contaminada pelo pecado e sempre recoberta de Deus, é mãe de uma nova humanidade.
Celebrar esta festa comporta duas coisas: acolher plenamente Deus e a sua graça misericordiosa na nossa vida; a nossa vez, sermos artífices de misericórdia mediante um autêntico caminho evangélico.
A festa da Imaculada se transforma então em festa de todos se, com os nossos “sim” quotidianos, conseguimos vencer o nosso egoísmo e tornar mais contente a vida de nossos irmãos, a doar-lhes esperança, secando algumas lágrimas e doando um pouco de alegria.
A exemplo de Maria, somos chamados a nos transformar em operadores de Cristo e testemunhas de seu amor, mirando antes de tudo àqueles que são privilegiados aos olhos de Jesus.
São aqueles que Ele mesmo nos mostrou: “Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me”. (Mt 25, 35-36)
A solenidade da Imaculada Conceição tem uma mensagem específica para nós: nos lembra que em nossa vida tuto é dom, tudo é misericórdia. A Virgem Santa, primícias dos salvos, modelo da Igreja, esposa santa e imaculada, amada pelo Senhora, nos ajude a redescobrir sempre mais a misericórdia divina como distintivo do cristão. Ela é a palavra-síntese do Evangelho. É o detalhe fundamental do rosto de Cristo: aquele rosto que nós reconhecemos nos diversos aspectos da sua existência: quando vai ao encontro de todos, quando cura os doentes, quando se senta à mesa com os pecadores e, sobretudo, quando, pregado na cruz, perdoa; ali vemos o rosto da misericórdia divina.
Por intercessão de Maria Imaculada, a misericórdia tome conta dos nossos corações e transforme toda a nossa vida.
Fonte: Rádio Vaticano