Rica em petróleo, a província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque, está em grande parte nas mãos do EI
O Exército sírio continua enfrentando grandes dificuldades frente aos grupos Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI) no noroeste e no leste do país e, nesta quinta-feira, a corporação informou que pelo menos 54 combatentes morreram ontem em intensos choques do regime com o EI.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o Estado Islâmico se aproxima do aeroporto militar da cidade de Deir Ezzor (leste). O EI já controla alguns setores dessa localidade.
“Trata-se de um dos ataques mais violentos lançados pelo EI contra o aeroporto. Dezoito soldados morreram, assim como 36 membros do EI”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Os jihadistas cometeram dois atentados suicidas com carro-bomba e, segundo Abdel Rahman, um deles foi lançado por um garoto.
Rica em petróleo, a província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque, está em grande parte nas mãos do EI. Há um ano o grupo tenta assumir o controle do aeroporto.
‘Soldados executados’
Se o grupo for bem-sucedido, Deir Ezzor pode se tornar a segunda capital da província a cair nas mãos do EI, depois de Raqa, designada “capital” do califado proclamado pelo Estado Islâmico entre Síria e Iraque.
Na quarta-feira, a Frente al-Nusra e outros grupos rebeldes islâmicos tomaram o aeroporto de Abu Duhur, na província de Idlib, informou o OSDH, acrescentando que eles cercavam a instalação há dois anos. Em março, já haviam invadido a capital da província no final de março.
“Houve 56 mortos ontem e pelo menos 40 presos e dezenas de desaparecidos”, disse Abdel Rahman, nesta quinta-feira à AFP.
“Alguns soldados foram executados”, afirmou.
Em sua conta no Twitter, a Al-Nusra publicou fotografias de cerca de 15 homens apresentados como soldados de Abu Duhur, “nas mãos dos mujahedine”. Os reféns estão sem camisa, de barba e aparentam fraqueza.
Na província de Idlib, os povoados xiitas de Foua e de Kafraya continuam cercados pelos rebeldes e são defendidos, não pelo Exército, mas por milícias pró-regime e combatentes do Hezbollah xiita libanês.
De Idlib, desde o final de julho, os jihadistas e seus aliados conseguiram avançar mais ao sul e lançar uma ofensiva que ameaça a província de Latakia (oeste), um dos principais redutos do regime.
Desmentido russo
A Rússia garantiu nesta quinta-feira que está disposta a oferecer um maior apoio militar ao regime sírio, mas negou que isso vá prejudicar os planos da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse que o Kremlin quer evitar uma repetição do “cenário líbio” na Síria e que, por isso, dará maior assistência militar ao Exército do presidente Bashar al-Assad, se for solicitado.
Lavrov negou, contudo, estar aumentando sua presença militar na Síria, depois que autoridades de Washington acusaram Moscou, esta semana, de enviar veículos de transporte blindados e dezenas de soldados a Latakia.
Iniciado em março de 2011, o conflito na Síria deixou mais de 240.000 mortos e levou ao êxodo de mais da metade da população. Cada vez mais refugiados instalados na Turquia e no Líbano tentam chegar à Europa.
Fonte: Aleteia