A vida é sempre dom de Deus, através da mediação dos pais. É dádiva. Por isso, deve ser sempre cultivada e festejada, com gratidão. Ela começa com a fecundação e termina com a morte. O nascimento é esperado com amor. Ao menos, assim, deveria ser. É celebrado com presentes, pois é o início da caminhada. Aos poucos, os neonatos vão assumindo sua existência. Crescem. Estudam. Trabalham. Produzem. Cabe-lhes fazer a oblação de suas vidas, cultivando-as, progressivamente, até o fim.
Este chega. Cremos na vida eterna, mas não precisamos ter pressa para obtê-la. Hoje em dia, muitos chegam a ser idosos. A longevidade é dom e conquista. Feliz os que entendem e assumem a vida assim. São uma bênção para todos. E nós a somos
Infelizmente, a sociedade nem sempre valoriza os idosos, pois não podem mais produzir grandes coisas. Por isso, às vezes, são descartados. Levados para casas de idosos. Outras vezes, até meio esquecidos pelos seus entes queridos. Acabam assim, internados, até em casas de primeiro mundo, mas esquecidos. Não lhes falta nem pão nem TV, mas são olvidados pelos próprios filhos. Diz-se: a mãe e o pai são capazes de cuidar até de cinco ou mais filhos, mas estes, às vezes, não são capazes de cuidar de um pai ou da própria mãe. Casais há, que terceirizam a educação dos seus, para então serem “criados” pelos avós. Sabem explorá-los, mas não os valorizam na sua experiência. Muitos esquecem, até que são humanos e fragilizados.
A Igreja, no entanto, sempre se preocupou com a pessoa humana. Poderia, fazê-lo mais e melhor? Sem dúvida. Isto, porém, é matéria para outra reflexão. Quero, agora, ressaltar que fez creches, escolas, Santas Casas, hospitais, casas de recuperação, asilos etc. Há, ainda hoje, entre suas filhas, madres, como irmã Dulce e Teresa de Calcutá. Graças a Deus e às congregações religiosas, bem como, mulheres idealistas, casadas ou não, que se dedicam aos mais necessitados.
O Papa Francisco, à frente da Igreja hoje, como outrora foram outros papas, que lembraram ao mundo o dia da paz, o da criança ou da mulher, dos jovens, dos idosos, dos doentes e dos marginalizados do terceiro mundo. A vocação da Igreja é ser mãe misericordiosa e acolhedora.
A Pró Saúde, entidade filantrópica, é voltada para as mais variadas necessidades e carências humanas. Dirige mais de 30 hospitais e unidades de saúde: um deles somente para indígenas, na Floresta Amazônica. Administra creches, interessa-se pelos idosos. Ampliando até seus leitos para acolher mais e melhor, os acometidos pelo novo coronavírus e, assim, mostra a sua dimensão humana e cristã. Podemos afirmar que seu carisma é levar saúde e bem-estar a um número cada vez maior de necessitados. Muitos ainda hoje têm vida ou vida melhor, porque passaram por hospitais ou Santas Casas ou outras instituições da Pró-Saúde. Parabéns a todos os administradores, médicos, diretores, enfermeiros e funcionários dos hospitais da benemérita Pró-Saúde.
O Papa Francisco não apenas, buscou sua recuperação num hospital, mas visitou doentes, levando-lhes conforto. Lembrou-se dos idosos e da semana deles. Rezou pelos e com os doentes. Valorizou e continua valorizando os jovens, defendendo as crianças, e não se esquecendo dos pobres. Sabe que Deus é autor da vida, da saúde, porque criador de tudo, o que é bom e belo (Gn1ss). Mas sabe, também, que a doença existe e que a pobreza cresce no mundo, onde o sentido da vida é tanto esquecido, quanto discutido. Lutou e continua lutando por um mundo melhor. A Pró-Saúde que está até ampliando sua presença, pelo Brasil, para ir sempre mais ao encontro dos carentes. Muitos já o perceberam.
Parabéns.
São Joaquim e Sant’Ana intercedei por nós. Hoje e sempre!
Dom Carmo João Rhoden, SCJ
Bispo Emérito de Taubaté, SP
Presidente da Pró-Saúde