Na Carta aos Filipenses São Paulo deixou uma sentença que confere ânimo para vencer a fragilidade humana diante das tribulações, da morte de entes queridos e da transitoriedade dos acontecimentos: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fil 4,13). Um espinho lhe fora dado na carne, mas de Jesus lhe vinha a energia para tudo suportar: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo.” (2 Cor 12,9). Tratava-se de uma enfermidade que lhe causava dores acrimoniosas. Eis porque, temendo pelo seu trabalho missionário, o Apóstolo pediu a seu Senhor que o libertasse dela. Entretanto é na dor e nas aflições que rebrilha ainda mais o poder divino que opera nas suas frágeis criaturas. São Paulo continuou lutando reduplicando sua confiança na graça divina. Cumpre ao cristão ter esta capacidade de perseverança, concentrando-se na sua tarefa diária sem permitir que as amarguras e emoções negativas o dominem. Com ânimo é preciso enfrentar os aborrecimentos da vida. Não deixar se dominar pelo desânimo, enfrentando os obstáculos sejam eles quais forem. Tirar lições do passado e saber que o futuro a Deus pertence. A imperturbabilidade o ajuda a aceitar as provações inerentes à passagem por esta terra, mas batalhando sempre para mudar o que estiver a seu alcance. Não se deixar dominar pelos problemas e dificuldades. Saber que sofrer passa, o ter sofrido permanece para a eternidade. Isto diminui a ansiedade, o medo e permite reinar serenidade. Faz de todas as contrariedades atos de amor a Deus e ao próximo. O sofrimento pode ser fonte de alegria, dado que na hora do desgosto a vida humana se torna tantas vezes mais fecunda e se faz ainda mais apta para fazer progredir o bem no mundo. É ocasião de uma purificação interior que a ajuda a purificar a humanidade, espiritualizando-a. É sabedoria viver o aqui e agora, valorizando cada instante a ser intensamente vivido. Na hora da dor, da aflição é preciso transformar os espinhos em pérolas para a vida eterna. Tudo serve como oportunidade de crescimento e, após as borrascas, surge a bonança. Não se pode querer o céu na terra. Quem tem fé e vive em estado de graça não tem medo da morte. Diz a Bíblia: “Bem aventurados os mortos que morrem no Senhor” (Ap 14,8-13). Até soar a hora de deixar este mundo para entrar na eternidade, como diz o aforisma filosófico “o que não nos mata, nos fortalece”. Portanto, com Jesus é possível viver na alegria, não obstante as agruras deste exílio terreno. O verdadeiro seguidor de Cristo evita então o nervosismo, o esgotamento, envolvendo-se na calma interior. Isto o preserva de queixas, lamúrias, recriminações, atitudes ásperas. Quem valoriza os dons de Deus não se deixa deprimir pela tristeza, pois se apoia numa rocha inabalável que é o seu Senhor. Jesus afirmou : “Do seio daquele que em mim crê, correrão rios de água viva”. O evangelista acrescenta: “Jesus dizia isto do Espírito que devem receber aqueles que nele acreditam” (Jo 7,38) O júbilo vivido leva a ações suplementares que devem ser ativadas. É necessário, realmente, evitar tudo que pode fragilizar a pessoa no dia a dia, tornando-a ainda mais vulnerável. Quem não estabelece um programa diário visando progredir sempre mais, desperdiça o tempo e acaba realizando mal o dever principal. Disso resulta a ansiedade. A má administração do tempo gera depois agitação e, da perda da paz, vem a azáfama que prejudica a boa condição de vida. Isto impede o cristão de ser um semeador de alegria. O verdadeiro seguidor de Cristo cria em seu derredor um ambiente de quietude, confiança e saudável otimismo. Não está a predizer desgraças. É sabedoria cristã se preservar de queixas, lamúrias críticas e recriminações para irradiar alacridade. São Paulo aconselhou aos filipenses: “Alegrai-vos, alegrai-vos sempre no Senhor” (Fil 4,4) Razão tem este Apóstolo porque com Jesus nada é impossível.
