3º Domingo da Páscoa

    “Fica conosco, pois já é tarde e à noite vem chegando!” (Lc 13,30).

    Celebramos neste domingo o terceiro do Tempo Pascal, que irá até domingo de Pentecostes. São 50 dias celebrando as alegrias da Páscoa. Que ao longo desse período da Páscoa, possamos ressurgir para uma vida nova e ser luz na vida dos outros. Peçamos ao Espírito Santo que nos conduza e nos faça renascer da água e do Espírito Santo. O Senhor nos convida a nos reunirmos em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia e, do mesmo modo que os apóstolos, somos enviados a anunciar a Boa Nova.

    Jesus quer caminhar conosco, do mesmo modo que Ele caminhou com os discípulos de Emaús. Ele quer abrir os nossos ouvidos, para que acolhamos a mensagem em nosso coração. Precisamos acolher a Palavra em nosso coração para compreender o grande mistério da Eucaristia. Por isso, na celebração da missa, participamos de duas grandes mesas, a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Precisamos primeiro acolher a Palavra de Deus, entender o mistério que vem através da Palavra, para depois participarmos do banquete Eucarístico.

    A fé não se explica, mas se vive, é muito difícil explicar para quem não tem fé, o que é a fé. O que podemos fazer é anunciar o “Querigma”, ou seja, fazer o anúncio da salvação para a pessoa e depois conduzi-la até a Igreja. A pessoa querendo e desejando, catequisamos e a conduzimos para o batismo, a partir desse momento, ela irá vivenciar a fé.

    Somos convidados a partilhar a vida nova que vem de Deus, através da ressurreição de Cristo. Temos que partilhar a Eucaristia na Igreja e partilhar a fé onde estivermos. A cada Páscoa, o Espírito Santo sopra novos “ventos” para a Igreja e surgem novos fiéis. O Espírito sempre renova a Igreja, por isso, apesar dos ventos contrários, ela sempre se mantém de pé.

    A primeira leitura da missa de hoje é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,14.22-33). Pedro, como o líder do grupo dos onze, sendo o primeiro Papa da Igreja, no dia de Pentecostes, cheio do Espírito Santo, fala à multidão. Pedro diz tudo aquilo que Jesus fez enquanto esteve entre nós, os prodígios e portentos que Ele fez e mesmo assim as autoridades judaicas mandaram crucificar Jesus. Pedro diz que Jesus ressuscitou dos mortos, pelo poder de Deus e não ficou no sepulcro e nem teve seu corpo roubado como as autoridades judaicas afirmavam. Pedro afirma, ainda, que do mesmo modo que Cristo ressuscitou, nós que cremos n’Ele também ressuscitaremos. Jesus recebeu de Deus o Espírito Santo e derrama esse mesmo Espírito sobre a Igreja e sobre cada um de nós.

    O salmo responsorial é o 15 (16). Somente em Deus encontraremos a felicidade completa, por isso que a nossa vida aqui na terra é passageira e devemos almejar a vida eterna, onde viveremos eternamente ao lado de Deus. Durante a nossa peregrinação terrestre, desde o nosso batismo, somos chamados a viver a santidade e buscar uma vida ao lado de Deus, e quando morrermos, não será o fim, mas o começo de uma nova vida ao lado de Deus.

    A segunda leitura da missa desse domingo é da Primeira Carta de São Pedro (1Pd 1,17-21). Pedro diz que devemos colocar as nossas esperanças em Deus, não devemos confiar em nenhum homem, mas somente em Deus, n’Ele está a nossa esperança. Jesus nos ensinou o caminho da humildade e morreu na cruz por amor a nós. Ele morreu na Cruz para selar uma aliança eterna entre Deus e nós e, por meio de Jesus, alcançamos a fé em Deus. Do mesmo modo que Deus concedeu que seu Filho ressuscitasse dos mortos, nós também ressuscitaremos. Mantenhamos a nossa fé viva.

    O Evangelho deste domingo é de (Lc 24,13-35). É o conhecido trecho dos discípulos de Emaús. O Evangelho inicia dizendo que naquele mesmo dia, o primeiro da semana, ou seja, era o domingo de Páscoa, da ressurreição do Senhor. Ele começa a caminhar com dois discípulos que iam para o povoado de Emaús, eles não o reconheceram num primeiro momento e acharam que era mais um peregrino de Israel.

    Os discípulos estavam tristes e cabisbaixos e pelo caminho eles conversaram sobre várias coisas, inclusive, sobre a morte de Jesus, Ele fingiu que não sabia o que tinha acontecido e os discípulos ainda disseram que Ele era o único peregrino em Israel que não sabia o que tinha acontecido. Jesus se interessa pela história e pede que eles contassem o que tinha acontecido. Quando eles acabaram de contar tudo, Jesus diz a Eles que era necessário que acontecesse tudo aquilo com Ele e começa a partir das Escrituras a abrir o entendimento dos discípulos para tudo aquilo que aconteceu com Ele.

    Quando iam chegando perto do povoado que eles iam, Jesus fez de conta que ia adiante e eles disseram: “Fica conosco, pois já é tarde e à noite vem chegando!” (Lc 13,30). Jesus atendeu o pedido deles e ficou com eles, Ele tomou o pão, abençoou, partiu e distribuiu. Nesse momento, os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus, porém Ele desapareceu da frente deles. Eles começaram a conversar entre si e diziam: “não ardeu o nosso coração quando Ele nos explicava a escritura”? Na mesma hora, eles se levantaram e foram ao encontro dos onze contar a novidade e eles confirmaram que Jesus havia ressuscitado dos mortos e aparecido a Pedro.

    Quanto tempo de oração dedicamos ao Senhor? Quando ouvimos a Sagrada Escritura, sentimos algo em nosso coração? Quando o sacerdote na missa parte o pão, reconhecemos que é o próprio Cristo diante de nós? Façamos como os discípulos de Emaús e saiamos ao encontro dos irmãos para anunciar que Cristo vive e está no meio de nós.

    Celebremos com alegria esse terceiro domingo da Páscoa e espalhemos as alegrias da vida nova em Deus a quem encontrarmos. Sejamos discípulos e missionários do Senhor e portadores da Boa Nova. Estamos no ano vocacional missionário arquidiocesano e, semana que vem, celebraremos o domingo do Bom Pastor. Peçamos ao Senhor da messe novos operários e bons pastores do rebanho de Deus.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here