“Bendize, Minh ‘alma, bendize ao Senhor”. (Sl 145/146)
Celebramos neste domingo o 32º desse Tempo Comum, daqui a dois domingos encerraremos o ano litúrgico e daremos início a um novo ano com o primeiro domingo do advento. O ano novo para a Igreja, diferentemente do ano civil, inicia entre o último domingo de novembro e o primeiro de dezembro, e termina na solenidade de Cristo Rei entre o penúltimo ou último domingo de novembro.
Por isso, daqui a dois domingos, último de novembro, encerraremos esse ano litúrgico e no seguinte iniciaremos um novo. Ao longo do ano litúrgico acompanhamos Jesus caminhando rumo a Jerusalém, a vida pública de Jesus é um caminho que culmina com sua entrada em Jerusalém, onde primeiro é aclamado como rei e depois é condenado e sofre a paixão e morte.
É importante ao longo do ano litúrgico trilharmos esse caminho junto com Jesus, participando das missas junto com a família sobretudo aos domingos. E se aproxima o momento em que somos convidados a rever aquilo que fizemos de bom e aquilo que não foi tão bom nesse ano e fazer o propósito de ser sempre melhores e buscar uma vida de santidade.
A liturgia deste domingo nos fala que o pouco dado a Deus de coração vale muito, ou seja, não importante o quanto de dinheiro temos, ou a roupa que vestimos, Deus não olha para isso, mas olha o nosso coração, se estamos dando de coração ou não. Podemos nos vestir de maneira simples e oferecer o pouco que temos, se tratarmos bem os outros isso agrada ao Senhor.
A primeira leitura da missa desse domingo é do livro dos Reis (1Rs 17,10-16), nesse trecho do livro dos reis retrata quando o profeta Elias se põe a caminho de Sarepta. Ao chegar lá viu uma viúva apanhar lenha. Ele a chamou e pediu que trouxesse um pouco de água para ele, depois pediu que trouxesse um pedaço de pão junto. Ela diz ao profeta que não tem pão, só um pouco de farinha e azeite e estava buscando lenha para preparar a refeição para ela e seu filho e esperar a morte. Elias pede para ela não se preocupar e fazer como disseste, e mesmo assim preparasse um pãozinho e levasse até ele e depois preparasse para ela e seu filho.
E Elias continuou: “Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra”. (1Rs 17,14). A viúva fez conforme o profeta e lhe disse, eles comeram, se saciaram e a farinha e o azeite nunca acabaram.
Esta leitura nos ajuda a meditar que devemos sempre acreditar nas promessas de Deus, e que se doarmos de coração aquilo que temos a quem precisa nunca nos faltará nada. E não importa ser rico ou pobre, mas a verdadeira oração que agrada a Deus é aquela feita de coração.
O salmo responsorial é o 145 (146) que diz em seu refrão: “Bendize, minh’alma, bendize ao Senhor”. Devemos bendizer sempre ao Senhor, pois Ele fiel para conosco, Ele nunca nos abandona, por vezes somos nós que o abandonamos. Deus não faz distinção de classe social, ama os ricos e pobres, puros e impuros.
A segunda leitura é da carta aos Hebreus (Hb 9,24-28), o autor sagrado vai dizer nesse trecho que Cristo não entrou no santuário feito por mãos humanas, mas entrou céu e na presença de Deus intercede em nosso favor. O destino de todos nós é habitar nesse santuário eterno e estar ao lado de Deus. No céu não haverá mais pecado, nem dor e nem sofrimento, Cristo também voltará uma segunda vez, fora do pecado, glorioso, para salvar aqueles que o esperam.
O evangelho desse domingo é de Marcos (Mc 12,38-44): Jesus em seu ensinamento dizia a uma grande multidão, que deveriam tomar cuidado com os doutores da lei, pois gostavam de andar com roupas vistosas, serem cumprimentados em praça pública, gostam dos primeiros bancos nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso, eles receberão a pior condenação.
Tudo isso que Jesus cita no evangelho falando dos doutores da lei, vai contra aquilo que acompanhamos na primeira leitura de hoje por meio do profeta Elias. O verdadeiro profeta é aquele que não explora as pessoas e pratica a justiça fielmente.
Jesus estava sentado no templo diante do cofre das esmolas e observava a multidão que depositava as ofertas, observou que os ricos depositavam grandes quantias, e de repente chegou uma viúva que ofertou duas pequenas moedas e que não valiam quase nada. Jesus chama os discípulos diz que aquela pobre viúva doou tudo aquilo que tinha e não o que lhe sobrava. A oferta dela teve mais significado que a dos outros que doaram aquilo que lhes sobrava.
Jesus vai na contramão daquilo que a sociedade época pensa e com essa atitude quer trazer novamente a viúva para o centro da comunidade e mostrar que não devemos excluir ninguém, pois todos são filhos de Deus. E ainda ensina que não devemos fazer distinção de classe social, raça ou gênero, todos são iguais perante Deus. A oferta da viúva vale tanto como a oferta de alguém casado, ou de alguém solteiro, a oferta do pobre vale tanto quanto a oferta do rico.
Celebremos com alegria esse Trigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum e acolhamos a todos sem distinção, não menosprezemos ninguém. Façamos a nossa oferta ao Senhor de coração, mesmo que não seja muito, mas façamos a nossa oferta com o intuito de agradar ao Senhor e não para que os outros vejam.