30º Domingo do Tempo Comum Dia Mundial das Missões.

    “Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (Lc 18,14)

    Celebramos o 30º Domingo do Tempo Comum e, dentro de alguns domingos, encerraremos mais um ano litúrgico. O Tempo Comum é o mais longo do ano litúrgico e nos acompanha durante boa parte do ano. Temos que ser testemunhas da esperança e anunciar com alegria o Evangelho, pois somos discípulos e missionários de Jesus Cristo.

    Neste domingo, celebramos o Dia Mundial das Missões. Estamos dentro do mês missionário e somos enviados por Jesus para sermos missionários. Neste ano jubilar missionários muitos temas têm sido aprofundados, e neste mês, refletindo sobre o tema: “a Igreja é missão” nós nos debruçamos sobre o tema da mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das missões, que é também o lema deste mês: “Sereis minhas testemunhas” (At 1, 8). Quando ao final de cada missa o presidente da celebração diz: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, nesse momento, inicia a nossa missão de levar a Palavra de Deus para aqueles que ficaram em casa.

    Do mesmo modo que os discípulos estavam reunidos no cenáculo atenderam ao chamado de Jesus e saíram em missão, nós hoje temos que estar atentos ao chamado que Jesus nos faz e sair em missão para anunciar o Evangelho. Temos que cooperar na missão de propagar a fé e o nome de Cristo. Não podemos apenas ir à Igreja para participar da missa e ir embora, mas temos que assumir alguma missão na Igreja, ajudando em alguma pastoral.

    O Papa Francisco em sua mensagem para este dia nos recorda que a missão tem dois pulmões: a vida e o anúncio. Ele lembra: “Enfim, a propósito do testemunho cristão, permanece sempre válida esta observação de São Paulo VI: «O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres (…) ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas» (Evangelii nuntiandi, 41). Por conseguinte é fundamental, para a transmissão da fé, o testemunho de vida evangélica dos cristãos. Por outro lado, continua igualmente necessária a tarefa de anunciar a pessoa de Jesus e a sua mensagem. De facto, o mesmo Paulo VI continua mais adiante: «Sim! A pregação, a proclamação verbal duma mensagem, permanece sempre como algo indispensável. (…) A palavra continua a ser sempre atual, sobretudo quando ela for portadora da força divina. É por este motivo que permanece também com atualidade o axioma de São Paulo: “A fé vem da pregação” (Rom 10, 17). É a Palavra ouvida que leva a acreditar» (Ibid., 42).”

    Na celebração de hoje, acontece a coleta pelas missões, ou seja, o que é arrecadado nas ofertas da missa será destinado para os locais de missão da Igreja através das Pontifícias Obras Missionárias (POM), e também através do Dicastério para a Evangelização em Roma. O dinheiro será destinado a ajudar os locais de missão da Igreja e, contribuindo com essa coleta, você também será um missionário.

    A liturgia de hoje nos ensina a não julgar e desprezar os outros e nem confiar na nossa própria justiça. Somente Deus é quem julga os nossos atos e esse Deus é misericordioso e está sempre pronto para o perdão. Deus é Pai e ama todos os seus filhos e nos ensina o caminho da humildade.

    A primeira leitura da missa desse domingo é do livro do Eclesiástico (Eclo 35, 15b -17.20 -22a). Deus é o juiz que não faz discriminação de pessoas, Ele escuta os pobres, viúvas, órfãos, ricos, ou seja, escuta todas as classes sociais. Ele não escuta somente aqueles que podem lhe oferecer uma oferta maior, mas escuta todo aquele que de coração sincero se arrepende dos seus pecados e se aproxima d’Ele.

    Quem serve a Deus com humildade e vive autenticamente a sua fé, Deus o atenderá em suas súplicas. Não importa se é rico ou pobre, solteiro ou casado, viúvo ou órfão. As preces do humilde atravessam as nuvens. Temos que nos apresentar como humildes diante de Deus, na certeza de que no tempo certo Ele fará a justiça e nos atenderá.

    O salmo responsorial é o 33 (34) e o refrão diz: “O pobre clama a Deus e ele escuta: O Senhor liberta a vida dos seus servos”.  O Senhor escuta o clamor dos seus servos, escuta a prece humilde e sincera. A prece a Deus tem que ser feita de coração e com humildade. Temos que nos apresentar como pobres diante de Deus – não no sentido material, mas sim, no sentido espiritual.

    A segunda leitura é da segunda carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 4, 6-8; 16-18). Nesse trecho da segunda carta de São Paulo a Timóteo, Paulo diz a Timóteo que já cumpriu a sua missão e está prestes a ser oferecido em sacrifício e aproxima-se o momento de sua morte. No contexto dessa leitura, São Paulo se encontrava preso e com idade avançada. São Paulo encoraja Timóteo a continuar a missão e ser fiel na pregação do evangelho. Deus acompanhará Timóteo em toda a sua missão, da mesma forma que acompanhou Paulo. Mesmo sendo considerado o último dos apóstolos e de perseguidor dos cristãos, tornou-se seguidor, agora Paulo merece a coroa da justiça.

    O evangelho é de Lucas (Lc 18, 9-14). Nesse evangelho, Jesus conta uma parábola direcionada para aquelas pessoas que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros. E, ainda, para aqueles que achavam que somente eles seriam salvos e que não seriam julgados por seus atos.

    Essa parábola que Jesus conta é direcionada, sobretudo, aos fariseus e doutores da Lei, que viviam apontando os pecados e defeitos dos outros e não olhavam para os seus próprios erros. Eles excluíam as pessoas, principalmente, as prostitutas, cobradores de impostos e quem tinha algum tipo de doença contagiosa. Eles consideravam que aquelas pessoas eram castigadas por Deus.

    Jesus diz que quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado, ou seja, a oração que agrada a Deus é aquela em que reconhecemos os nossos erros e pecados e pedimos perdão e não aquela oração em que nos achamos perfeitos e sem pecado. Antes de pedir qualquer coisa em nossa oração, temos que nos arrepender de nossos pecados. Não existe ninguém perfeito e não existe ninguém que não seja salvo por Deus.

    A oração é uma via de mão dupla, ou seja, é um diálogo com Deus, na qual falamos com o Senhor e deixamos com que Ele fale conosco. Celebramos com alegria esse 30º Domingo do Tempo Comum tendo a certeza de que Deus nos ama e não nos pune em proporção às nossas faltas, mas antes de tudo olha o nosso coração. Que o Espírito Santo nos ajude nessa caminhada de sermos humildes diante de Deus.

    Que neste Dia Mundial das Missões unamo-nos ao sono do Papa e realizemos a nossa missão em nossas realidades: “Queridos irmãos e irmãs, continuo a sonhar com uma Igreja toda missionária e uma nova estação da ação missionária das comunidades cristãs. E repito o desejo de Moisés para o povo de Deus em caminho: «Quem dera que todo o povo do Senhor profetizasse» (Nm 11, 29). Sim, oxalá todos nós sejamos na Igreja o que já somos em virtude do Batismo: profetas, testemunhas, missionários do Senhor! Com a força do Espírito Santo e até aos extremos confins da terra. Maria, Rainha das Missões, rogai por nós!”

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