É o Senhor quem sustenta a minha vida! (Sl 53/54)
Celebramos neste domingo o Vigésimo Quinto do Tempo Comum. Pouco a pouco, vamos nos aproximando do final de mais um ano litúrgico e estamos iniciando no hemisfério sul a primavera. Somos convocados e enviados pelo Senhor a anunciar a boa nova do Reino. Todos nós somos discípulos e missionários do Senhor a partir do batismo, e temos a missão de evangelizar aqueles que, mesmo batizados, por algum motivo, não frequentam mais a Igreja.
Estamos no mês dedicado à Palavra de Deus, aproveitemos este tempo para rezarmos e meditarmos mais com a Palavra de Deus. Neste ano com o Profeta Ezequiel. A Palavra é sustento e força para nossa caminhada diária, e, a partir da compreensão da Palavra de Deus, poderemos participar da Santa Eucaristia.
Continuemos rezando por nosso planeta, que, segundo o Papa Francisco, está “doente”, com “febre”, devido ao aquecimento global, crise climática, queimadas e tantas outras coisas que temos acompanhado pelas notícias. Estamos no tempo da criação (de 1/9 a 4/10). Rezemos por nosso planeta, para que as próximas gerações ainda possam viver com saúde e dignidade. Devemos rezar, sobretudo, para que mude a mentalidade do ser humano, para que polua menos o planeta e cada um respeite essa casa comum. Muita coisa que estamos passando é devido à interferência do ser humano no clima. Rezemos para que as pessoas pensem antes de desmatar as florestas, colocar fogo nas matas e poluir o ar.
O Evangelho domingo é continuação do da semana passada, e Jesus começa a falar claramente aos discípulos sobre tudo o que deveria acontecer com Ele. No primeiro momento, os discípulos não foram capazes de compreender, pois, como vimos no Evangelho da semana passada, eles não pensavam como Deus, mas como seres humanos, que não querem o sofrimento de um amigo. Jesus ainda diz a eles que ninguém deve se sentir o “maior”, mas que no Reino de Deus todos são iguais e devem ter o mesmo sentimento de uma criança, ou seja, serem inocentes e puros.
A primeira leitura da missa deste domingo é do livro da Sabedoria (Sb 2,12.17-20). Esse trecho fala da diferença entre o ímpio e o justo. O ímpio é aquele que não quer seguir a lei do Senhor e pratica a injustiça. Além disso, o ímpio sente uma certa inveja do justo, pois o justo percorre o caminho certo, anda na lei do Senhor e vive a justiça. Podemos dizer que o justo é como um profeta, pois a missão do profeta é anunciar a verdade e denunciar as injustiças. Aqueles que são justos sempre são perseguidos, como observamos nos profetas.
O ímpio, muitas vezes, não quer mudar de vida, prefere continuar nesse caminho e tem raiva do justo, que tenta convertê-lo. Assim, o ímpio fica articulando maneiras de tirar o justo de “cena”. Deus sempre protegerá e cuidará da vida do justo, e, se este for condenado a uma morte vergonhosa, Deus virá em seu socorro.
O salmo responsorial é o 53 (54), que diz em seu refrão: “É o Senhor quem sustenta a minha vida!” O Senhor sustenta a vida do justo, daquele que opta por seguir a sua lei e praticar a justiça e a verdade. Ou seja, é o Senhor quem guia a nossa vida e nos chama a seguir a sua lei. Ele nunca nos abandona, seja nos momentos bons ou nos ruins.
A segunda leitura é da carta de São Tiago (Tg 3,16–4,3). Esta leitura é a sequência do que estamos acompanhando nas últimas semanas. No trecho de hoje, Tiago afirma que não deve haver entre nós inveja e rivalidade, pois esses dois sentimentos não agradam a Deus. Para evitar tais sentimentos, temos que usar da sabedoria que vem do alto, que é pura, pacífica, sem mancha, cheia de misericórdia e de bons frutos.
A inveja e a rivalidade não nos levam a nada, apenas nos fazem mal uns com os outros. Por isso existem tantas brigas e guerras no mundo, porque o ser humano nunca está contente e sempre quer o que é do outro. Aprendamos a pedir ao Senhor aquilo que desejamos e façamos a nossa parte; assim, construiremos um mundo melhor.
O Evangelho da missa deste domingo é de Marcos (Mc 9,30-37). Este Evangelho é a continuação do da semana passada, quando Jesus começa a falar claramente com os discípulos sobre o que aconteceria com Ele. Os discípulos, a princípio, não compreenderam, pois, a exemplo de Pedro na semana anterior, pensavam como homens e não como Deus, ou seja, não queriam o sofrimento para Jesus.
Depois, os discípulos discutiam, pelo caminho, sobre quem era o maior. Ao chegarem em casa, Jesus perguntou o que eles discutiam, mas eles não disseram nada. Sabendo o que eles tinham discutido, Jesus lhes ensinou que ninguém deve se sentir maior do que os outros, mas todos são iguais, e um deve servir ao outro. Em seguida, Jesus pegou uma criança e disse que devemos ter o mesmo sentimento de uma criança, ou seja, sermos puros, inocentes e sem rivalidade.
Ao ouvirmos este Evangelho de hoje, podemos compará-lo com várias situações em nossa vida. Quando, em casa, os pais falecem, os filhos já querem logo saber quem ficará com o dinheiro ou quem vai comandar a família. No trabalho, quando o chefe se ausenta, logo queremos saber se seremos promovidos para ocupar o lugar deixado por ele. Na verdade, estamos sempre disputando poder e posição, e na família sempre pensamos na herança. Enfim, peçamos ao Senhor que tenhamos os mesmos sentimentos de Jesus, e que não busquemos posição social, cargos elevados, nem briguemos por herança, mas vivamos na humildade, buscando a justiça do Reino de Deus.
Celebremos com alegria este Vigésimo Quinto Domingo do Tempo Comum e busquemos viver a verdade evangélica. Sejamos justos aqui na Terra para recebermos de Deus a recompensa final.