24º Domingo: 11/09/2022(Lc 15,1-32)

    Texto inspirador: “Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como certo; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a infância, conheces as Sagradas Letras, Elas tem o poder de comunicar-te a sabedoria que conduz à salvação em Jesus Cristo”. (2Tm 3,14-16)

    O que é visto, o é sempre a partir do vidente. Os evangelistas, que ouviram direta ou indiretamente, as Palavras do Evangelho, impressionados, ao seu modo, transmitir o que ouviram. Marcos retratou nas parábolas, mais a natureza e vinda do Reino de Deus, da fala de Jesus. Mateus acentuou o julgamento final, e as relações fraternas na comunidade. Lucas frisou mais a moral pessoal, mas principalmente, a misericórdia divina em relação aos pecadores. Analisando os Evangelhos citados e também o de João, o que mais impressiona? Por que faço este questionamento? Porque, estamos em pleno mês da Bíblia: a carta que o Pai escreveu para nós, seus filhos. Como então a acolhemos e vivemos?

    A quem são interessadas, as três parábolas de hoje? 2.1 Vieram os publicanos e pecadores para ouvi-lo (Jesus). 2.2 Enquanto, fariseus e escribas murmuravam contra o mestre, afirmando: Ele recebe pecadores e come com gente de má fama… 2.3 E hoje, como reagimos nós? Achamo-nos justos como os fariseus e doutores da lei, não necessitando da misericórdia de Deus? Ou fazemos nosso autoquestionamento e concluímos, que também nós, não somos tão bons assim? Mantemo-nos, à distância de Jesus, não nos comprometendo com Ele? Então as parábolas são justamente para nós: para mim, para você…

    Como deveria chamar-se, hoje, a parábola do filho pródigo? Mantendo inalterado o título? Penso que não. O filho pródigo nem de longe é o personagem principal. 3.1 Do filho mais velho? O rabugento?  O autossuficiente? O impecável nas suas atitudes, ao menos no seu pensar? Aquele que não chamou a seu Pai, de Pai, nem o irmão de irmão, negando-se a entrar na casa? Penso, sinceramente, de não. O mais correto seria denominá-la “do Pai misericordioso, uma vez que, Ele é o personagem principal”, pois, retrata melhor a atitude de Deus, nosso Pai, em relação a nós. Somente, Ele é, verdadeiramente, misericordioso.  Com quem, parecemos, nós hoje? Com o mais velho? Com o mais novo? Com nenhum deles? Com quem então?

    Quando, o mais novo retornou, confessou seu pecado e sentiu-se envergonhado, porém não chegou a pedir perdão. Contudo, o Pai o deu, integrando-o, novamente, na família. Fez festa, música, matou o novilho gordo e repôs o anel no dedo do filho. O pai sentiu-se feliz pelo retorno do filho transviado, a quem fora encontrar, lançando-se ao seu pescoço. Nosso Deus é assim. Não faz a vez do jurista ou de acusador. Realiza a festa. Também, para nós a fará, quando, retornamos, buscando a salvação.

    Nesse mundo, nunca haverá felicidade plena, compreensão total nas comunidades, nem paz constante, pois, havendo pecadores e murmuradores haverá sempre acusações:  descontentes com herança, uns reivindicando plena liberdade, ou se atirando às drogas ou aos vícios. Há, até mesmo, os que apelam para o suicídio ou fogem de casa. Repete-se, assim, a história do filho pródigo. Contudo, o pai dos dois irmãos perdoou-os, quanto mais, nosso Pai celestial o fará, mormente, quando houver, ao menos, um sinal de arrependimento. Que imagem fazemos, de nosso Pai Celeste?                                                                                          

    + Dom Carmo João Rhoden – SCJ

    Bispo Emérito de Taubaté –SP

    Presidente da Pró Saúde.

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