Texto referencial: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18, 20)
- Sobre o perdão, não é fácil falar, menos ainda o é concedê-lo. Mas sem ele, a vida em comunidade, se torna um inferno. Ademais, ele no céu não existe (Deus já perdoou antes), no inferno, é claro que não se dá, e na Terra está difícil. Desde que o temor de Deus diminuiu na pós modernidade, as revoltas cresceram, e as vinganças aumentaram. Haja visto, os feminicídio e outras atitudes insanas. Não por nada, Mateus intercalou esse ensinamento, dentro da parábola da ovelha perdida (Mt 18,10-14). E do servo desapiedado (Mt18 21-25). O texto do Evangelho de hoje, aliás, não é compreensível, fora do horizonte dos versículos (Mt 18,19- 20).
- Falei do temor de Deus, que está diminuindo. É verdade. Lá, onde Deus, não é importante, a autossuficiência aumenta. Trata-se então de “cada um por si”. Outros, ainda tentam acrescentar “Deus por todos…” Eu prefiro falar do “amor”. Sem ele (o amor) não se vive: não se convivi. Repito: então o inferno, de certo modo, já é antecipado. Como celebrar Eucaristia assim? Como falar de educação, de vida civilizada?
- Para Jesus, não se trata de perdoar, uma ou outras vezes, mas sempre. Quem não se lembra, da célebre pergunta de Pedro? Quantas vezes devo perdoar o meu irmão que pecou, contra mim? Até sete vezes? Não Pedro: “até setenta vezes sete”. Sempre. É preciso imitar Deus Pai (Mt 20,22). Como somos bastante teimosos, Jesus faz umas sugestões
3.1- “Se teu irmão pecou, contra ti”. Vai ao encontro dele, sozinho, acerte tudo e ganharás teu irmão (Mt 18, 15).
3.2- Se não, leva consigo uma ou duas pessoas (ajuizadas). Jesus não o disse, mas deve tê-lo pensado! Assim, tudo se resolverá fraternalmente.
3.3- Se recusas? Diga-o a igreja. Se, essa não for ouvida, “seja ela para ti e para os outros, como um pagão ou um publicano”. Então o Pai manda ter atitudes anti fraternas? Não. Apenas aceita, nossos limites, para evitar outros maiores. Na igreja, infelizmente, também há cisão… Pergunto então “onde não há?” Mas a referência mesmo, continua sendo o Pai Celeste, que deseja os seus reunidos sem problemas e então, ele está no meio (Cf. Mt 18, 20). O Pai é sempre pai, os irmãos nem sempre agem como irmãos… Não faz pensar? Sim. Espero, ao menos, que nossa reflexão, leve à conversão. Se não, como rezar o Pai Nosso? Comungar? E a participação da Santa Missa?
Conclusão: Se não é fácil refletir, sobre o assunto, mais difícil é aceitá-lo. Vivê-lo. Repito: “ser cristão, nunca foi fácil”. Hoje, no mundo tão desunido, mais ainda. Possa, no entanto, Jesus continuar a ser sempre referência.