2° Domingo da Quaresma

    O Senhor é minha luz, minha luz e salvação (Sl 26/27)

     Celebramos neste domingo o segundo deste tempo quaresmal. Estamos percorrendo o nosso itinerário quaresmal e o nosso retiro espiritual de quarenta dias. Que, ao longo desse tempo, intensifiquemos as práticas espirituais da Quaresma: jejum, oração e caridade. Busquemos ainda o sacramento da reconciliação, pela confissão auricular, para que possamos nos abrir ao amor a Deus e ao próximo.

    Conforme dissemos, o tempo da Quaresma tem a duração de quarenta dias. Por mais que possamos achar que é um período longo, passa rápido; quando dermos conta, a Quaresma já terá passado. Por isso, o quanto antes busquemos o sacramento da confissão, escolhamos uma prática espiritual para este tempo, realizando o jejum, intensificando a oração e a caridade. Lembremos que somos convidados a iniciar a Quaresma de um jeito e chegar à Páscoa de outro.

    Jesus nos convida a subir o monte com Ele, do mesmo modo que chamou os três discípulos no Evangelho deste domingo. Ele se transfigura diante deles e fica com o corpo glorioso, conforme ficará na ressurreição. Ao se transfigurar, Jesus nos ensina que é preciso passar pelos sofrimentos da vida para depois chegar à glória eterna. A vida não é feita somente de momentos bons, mas também de momentos de dificuldade, e é necessário passar por eles com muita oração, para, então, alcançar a glória eterna.

    Por isso, ao longo deste tempo quaresmal, escutemos o chamado de Jesus e subamos o monte, participando das missas dominicais e ouvindo o que o Senhor tem a nos falar. Durante a missa, é o momento de pedirmos a Deus o perdão de nossos pecados e forças para a luta contra o mal e as dificuldades que enfrentaremos.

    Neste tempo quaresmal, refletimos, a cada domingo, momentos marcantes da vida de Jesus junto a seus discípulos, e episódios que remetem ao que acontecerá no alto da Cruz e depois na vida eterna. Na semana passada, acompanhamos Jesus lutando contra as tentações, e, nesta semana, contemplamos a Transfiguração. Confiemos em Jesus, peçamos o perdão de nossos pecados e a graça de sermos contemplados com a graça da vida eterna. Percorramos este caminho quaresmal junto com Jesus e passemos do Calvário até chegarmos à glória da ressurreição.

    A primeira leitura da missa deste domingo é do Livro do Gênesis (Gn 15,5-12.17-18). O Senhor diz a Abraão para olhar para as estrelas e crer n’Ele, pois Deus tornaria sua descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. Deus, primeiramente, faz uma aliança com Abraão e, depois, com o povo de Israel. Infelizmente, Israel não foi fiel a essa aliança, pois era um povo de cabeça dura e nem sempre compreendia os planos do Senhor para sua vida. Trocaram a fidelidade a Deus pelo ter e pelo poder. Depois, Deus faz uma nova tentativa, enviando Seu Filho, Jesus, que selaria uma aliança eterna.

    Abraão ainda pede uma prova de que, de fato, era Deus quem lhe falava. O Senhor, então, pede que leve uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e uma pombinha. Ao final da tarde, apareceu uma tocha fumegante que passou entre as partes fazendo assim o compromisso da aliança. Com isso, Deus sela a aliança com Abraão e com a terra de Israel.

    O salmo responsorial é o 26 (27), que diz em seu refrão que “o Senhor é nossa luz e salvação”, e que devemos sempre confiar n’Ele. O Senhor ilumina as trevas de nossa vida e nos guia pelo caminho do bem. Se estivermos sob a luz do Senhor, nenhum mal nos atingirá. Por meio da luz do Senhor, seremos salvos e libertos de nossos pecados.

    A segunda leitura deste domingo é da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 3,17–4,1). Paulo diz à comunidade para que sejam seus imitadores e sigam o exemplo do que ele ensina. Como alguns se comportavam como inimigos da Cruz de Cristo, Paulo adverte a comunidade. Devemos praticar o amor, a misericórdia e o perdão, que são ensinamentos de Jesus Cristo na Cruz. Somos cidadãos do céu e almejamos a glória eterna, por isso, devemos fazer, aqui na terra, tudo aquilo que agrada ao Senhor. Ao longo deste período quaresmal, almejemos a vida eterna.

    O Evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 9,28b–36). Lucas nos relata, neste trecho, a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor. Jesus chama três discípulos para subir ao monte com Ele para rezar: Pedro, Tiago e João.

    Jesus se transfigura diante deles: seu rosto muda de aparência e suas roupas ficam mais brancas do que a neve. Jesus chamou esses três discípulos como testemunhas e quis mostrar-lhes o que aconteceria com Ele após sua morte na Cruz. A morte não teria a última palavra, pois Ele venceria a morte e entraria na glória eterna.

    Jesus quis ensinar aos discípulos que o caminho daquele que O segue nem sempre é feito só de glórias, mas também de “cruzes” pelo caminho. Os discípulos não compreendiam isso. Pedro, inclusive, já queria permanecer na glória. Mas Jesus ensina que, antes de entrar na glória, é necessário passar por muitos sofrimentos.

    O tempo da Quaresma é um período de conversão. É preciso converter o coração e mudar nossas atitudes em relação a Deus e ao próximo. Se nossas atitudes não condizem com a Cruz de Cristo, façamos o esforço de moldá-las à Cruz salvadora. Aproveitemos que este é um tempo de escuta e estejamos atentos ao que o Senhor tem a nos dizer. Trilhamos sempre o caminho do bem, do amor e da justiça.

    Continuemos nosso retiro quaresmal junto com a Igreja e, através do jejum, da oração e da caridade, façamos o esforço necessário para celebrarmos, de maneira renovada, a Páscoa do Senhor.

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