Introdução. Deus preparou, durante séculos, seu povo, para vinda do Messias pelos profetas. Entre eles Isaias, Jeremias, Sofonias, Miquéias, Amós e outros. Para ser mais concreto, (Is 2,1-5; 7,10-14; 11,1-10 Br 5,1-9; Sf 3,14-18a; Miq 5,1-4; Jr 32,14-16). Etc…
1º O ano eclesiástico: (não é bem exato, falar em ano litúrgico: existem, isso sim, tempos litúrgicos). Aquele, (o assim chamado, incorretamente ano eclesiástico…) começa sempre, com o advento. Durante o ano todo, a Igreja anuncia, vive e celebra os grandes mistérios da vida de Cristo, bem como, sua evangelização, através de parábolas e milagres. Antigamente, o advento possuía clara dimensão penitencial e de conversão. Hoje, se acentua mais, a alegre preparação ao Natal do Senhor. Deixo claro e é indiscutível, que ninguém se prepara devidamente, para o advento ou Páscoa, sem a necessária conversão para Deus, numa atitude de alegre e amorosa introspecção. Não basta embelezar nossas casas, com luzes e com o presépio, este, às vezes, até artístico, sem a devida conversão do coração e da mente.
2º Os Evangelhos do advento, mesmo frisando mais a necessidade da conversão e usando, até um “linguajar”, mais carregado, não quer incutir medo nos fiéis, mesmo que todos nós tenhamos que prestar contas a Deus. Este não é um carrasco ou um examinador policial, a quem nada escapa. Ele sempre é Pai para todos. Analisando melhor nossos dias, percebemos que de fato é necessário, aprofundar nossa concepção de Deus e personalizar mais nossa preparação para a vinda do Senhor. Pelo Natal, Jesus Cristo veio habitar em nosso meio, não se envergonhando de nós.
3º Começa o ano “A” dos Evangelhos: São Mateus (2023). Ano “B” será o de São Marcos e o “C” de São Lucas. Cada um dos evangelistas tem uma ótica pessoal, na apresentação dos mistérios da vida de Jesus Cristo e das ações por Ele realizadas. São Lucas, por exemplo, acentua mais e melhor a dimensão amorosa e humanizante de Jesus: é misericordioso, por excelência. São João, por sua vez, percebe mais a grandeza e a profundidade do mistério do Filho de Deus, feito homem. É teologicamente o mais rico. Para outros, é o místico por excelência. Por isso, é reservado para ocasiões especiais.
4º Neste advento, seria bom, levar mais em consideração a dimensão vocacional de nossas vidas. Estaríamos assim, em plena consonância com o objetivo da CNBB. Ela recordou, que todos nós, somos chamados e enviados. Temos todos uma missão: leigos e leigas, religiosos e religiosas e sacerdotes. Cada vocação, contudo, tem sua pessoal e eclesial característica. Na medida, em que cada qual viver sua própria vocação à Santidade, todos serão beneficiados. Então mãos à obra.
+ Dom Carmo João Rhoden – SCJ
Bispo Emérito de Taubaté –SP
Presidente da Pró Saúde.