Texto referencial: “Maria escolheu a melhor parte esta não lhe será tirada”.
(Lc 10, 42b).
1 – Jesus se está dirigindo a Jerusalém. Não se trata, apenas de uma visita ou de turismo religioso, de percurso geográfico ou de romaria, mas de verdadeira peregrinação teológica. Jesus está trabalhando a formação dos apóstolos, preparando-os, para o início da missão que terá muitos desafios futuros e da própria dificuldade da aceitação e a vidência do projeto de Jesus: sua crucificação e morte. És tal realidade que não cabia na mente e na perspectiva dos doze discípulos.
2 – O Reino de Deus, na visão dos doze, seria de triunfo, poder e de glória. Os apóstolos amavam a Jesus e não queriam que ele viesse a sofrer, menos ainda morrer, numa cruz ignominiosa. Eles, tinham a cabeça feita pelo antigo testamento, ou pela aparência do poder dos seus sumos sacerdotes e fariseus.
3 – Mas nesta ida a Jerusalém, nem tudo foi para Jesus apenas recordações das perseguições dos profetas, ou de seus próprios sofrimentos, já próximos. Ele, foi acolhido, com ternura, por duas mulheres. No caso, Marta e Maria. Jesus não rejeita a atitude das duas mulheres, coisa que então era totalmente inaceitável pelos membros da sociedade religiosa do tempo. O evangelho nem fala de Lázaro, o irmão de ambas que Jesus havia ressuscitado, mas prioriza e enfatiza a atitude de Maria. Bem como, a de Jesus, que as amava e valorizava, mesmo expondo assim as críticas dos piedosos de então.
4 – Jesus, repete também, as Martas de hoje (que não são poucas) à de outrora “Maria escolheu a boa parte” (melhor parte) Jesus não desprezou a função exercida por Marta, pois certamente, também sentia fome e precisava comer, apenas deixou claro na vida existem prioridades: a audição e a vivência da palavra de Deus estão entre elas. Também hoje, aliás sempre.