Queridos irmãos e irmãs, temos a graça de celebrarmos o 14º Domingo do Tempo Comum. A mensagem do Evangelho deste domingo é: “Eu sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). A liturgia também nos mostra que o Senhor se revela aos pequeninos.
Deus revela seus segredos aos pequenos! O Povo de Israel perdera sua independência e sua liberdade. Foi dominado pelos persas e, depois, pelos gregos e, naquele momento, pelos romanos. Enfim, era um povo explorado e esperava um Messias libertador. Mas o profeta anuncia um Messias humilde, justo e defensor dos pobres. Não anuncia um guerreiro para derrotar inimigos! Vivendo no meio da confusão atual, que tipo de libertação esperamos? Com certeza, não a libertação dos políticos! O Rei humilde, que morre, mas não mata, e que defende os pobres é Jesus Cristo! E quem entende a proposta de Jesus, com certeza, não são os poderosos. Estes exploram, mas não libertam! Dominam os mais fracos! E nós, somos servidores ou escravizadores?
A Liturgia nos mostra – na primeira leitura (Zc 9,9-10) – que o Messias anunciado é um rei justo e humilde e vem sem aparato de poder militar, segundo o modelo dos reis que exploravam o Povo de Israel. A proposta de Deus é diferente: um rei humilde, pobre e amigo dos pobres! Este rei é tão diferente que não vem montado em cavalo, mas vem montado em um jumento. Isto é símbolo da humildade e simplicidade. O cavalo é símbolo da força e do poder enquanto o jumento é símbolo da paz e da simplicidade. Vemos o Rei entrando em Jerusalém montado em um jumento. Vejam a simplicidade: Nosso Senhor poderia ter toda a pompa, mas prefere ser e estar com as coisas simples e com os simples. Isso nos traz a memória o domingo de ramos.
Na segunda leitura (Rm 8,9.11-13), somente aquele que tem o Espírito Santo no coração consegue entender a Palavra de Deus. Quem tem o Espírito pertence a Cristo e entende sua Palavra. Escutemos o Espírito e vivamos de acordo com Ele.
No Evangelho deste domingo (Mt 11, 25-30), aparece que os grandes e poderosos não entendem e rejeitam a Jesus, mas são os pequenos que se aproximam dele. Por isso, Ele louva o Pai porque o segredo foi revelado, exatamente, aos pequenos (pobres e explorados). “Eu te louvo, ó Pai, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos”! Parece que a história continua se repetindo ao longo do tempo.
O Senhor nos diz em seu Evangelho, diante de um convite de Jesus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11, 28-30). Ao lado de Cristo, todas as fatigas se tornam amáveis, tudo o que poderia ser custoso no cumprimento da vontade de Deus, se suaviza. O sacrifício, quando se está ao lado de Cristo, não é áspero e duro, mas amável. Ele assumiu as nossas dores e os nossos fardos mais pesados. O Evangelho é uma contínua prova da sua preocupação por todos: “Ele deixa-nos por toda a parte exemplos de misericórdia”, dizia São Gregório Magno, falando a respeito do Senhor.
Diante de Deus, somos o que somos, nem mais nem menos, com qualidades e defeitos, com méritos e demétrios, gente boa com coisas não tão boas. É preciso ter bem claro tudo isso na própria vida para saber exigir os próprios direitos, cumprir os próprios deveres e dar a devida honra e glória de Deus. Devemos ter a consciência bem formada e saber que devemos sempre buscar a humildade. Quanto à mansidão, essa virá por meio da humildade. Humildade é uma palavra que vem da palavra “húmus”, que significa terra fértil. Isso remete que, constantemente, nunca podemos perder de vista as nossas origens. É claro que também a origem familiar, mas a origem de que somos “cidadãos do céu”, “somos filhos e herdeiros do céu”.
Contudo, peçamos ao Senhor que nos dê a graça de ter um coração semelhante ao vosso coração. Um coração humilde, amoroso, compassivo, orante e acolhedor. Senhor, dai-nos um coração igual ao teu, meu Mestre. Coração para fazer o bem e ser o bem para aqueles que de mim mais precise.