XXI Domingo do Tempo Comum

    A Igreja neste quarto domingo do mês de agosto, tem a graça de celebrar dentro do mês temático dedicado as vocações o dia dos ministérios leigos. É uma grande graça contar com a ajuda de tantas pessoas em nossas paróquias que doam seu tempo para evangelizar os outros.

    Leigo é o cristão que se santifica em e a partir das realidades terrenas, seculares, civis; faz parte do Povo de Deus e leva a luz de Cristo a todos os ambientes. Na Exortação Apostólica “Christifideles Laici” (nº 17), sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, o Papa São João Paulo II contempla “um cenário maravilhoso que se abre aos olhos iluminados pela fé: o de inúmeros fiéis leigos, homens e mulheres, que, precisamente na vida e nas ocupações do dia a dia, muitas vezes inobservados ou até incompreendidos e ignorados pelos grandes da terra, mas vistos com amor pelo Pai, são obreiros incansáveis que trabalham na vinha do Senhor, artífices humildes e grandes — certamente pelo poder da graça de Deus — do crescimento do Reino de Deus na história”.

    No Evangelho deste domingo, Jesus nos lembra que Deus deseja salvar a todos, mas que a salvação está ligada às ações de cada um. Por isso, procuremos sempre fazer o bem e colocar Deus em primeiro lugar.

    A primeira leitura – Is 66,18-21 – traz o anúncio do Senhor de que virá o dia em que Ele reunirá todos os povos, línguas e nações, e todos verão a sua glória. O profeta Isaías relata aquilo que o Senhor lhe revelou sobre o fim dos tempos: quando Ele voltar e julgar a todos. Deus enviará mensageiros a terras distantes, chamando aqueles que ainda não se converteram, e escolherá alguns para serem sacerdotes e levitas.

    Na segunda leitura – Hb 12,5-7.11-13 – o autor sagrado recorda que Deus nos trata como filhos. Por isso, às vezes, quando nos desviamos do caminho, Ele nos corrige. Mas essa correção não é castigo, e sim expressão de amor. Num primeiro momento pode ser dolorosa, mas depois produz frutos de paz e justiça. Deus não pune para destruir, mas orienta para salvar.

    O Evangelho – Lc 13,22-30 – narra que Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando, enquanto se dirigia a Jerusalém. Sua vida pública foi uma peregrinação, sempre com o objetivo de realizar o projeto de amor do Pai. Nesse caminho, alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23). Jesus responde que devemos fazer todo o esforço para entrar pela porta estreita. Muitos tentarão, mas não conseguirão. Cumprir os mandamentos e amar o próximo são caminhos seguros para alcançar a salvação. No Evangelho deste domingo, Jesus responde à questão sobre o número dos que serão salvos com uma reflexão sobre esforço pessoal e verdadeira conversão. A imagem da “porta estreita” simboliza as exigências do discipulado autêntico, destacando que a entrada no Reino de Deus não se dá por privilégios herdados, mas por um compromisso pessoal, marcado pela renúncia e pela vivência concreta dos valores do Evangelho.

    A porta estreita que Jesus nos aponta não é um obstáculo intransponível, mas o caminho do amor, da humildade e do serviço. Não se trata de exclusão, mas de convite: convite a viver de modo vigilante, fiel e perseverante, confiando que até mesmo nossas fraquezas são acolhidas e transformadas pelo Senhor que corrige a quem ama. Assim, a esperança cristã se torna mais que uma promessa distante: é luz para o presente, força nas provações e certeza de que a última palavra da história não será o fracasso, mas a comunhão.

    O destino universal da salvação também foi posto em evidência pelo Concílio Ecumênico Vaticano II. O chamamento universal não admite exclusão de povos nem de línguas, nem de épocas, nem de categorias sociais: “Aos que se voltam com fé para Cristo, autor da salvação e princípio de unidade e de paz, Deus chamou-os e constituiu-os em Igreja, a fim de que ela seja para todos e cada um, o sacramento visível de salvação.” (LG 9).

    Contudo, Jesus enche-nos de esperança, ao dizer que “virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e sentar-se-ão à mesa do Reino.” (Lc 13,29) O banquete do Reino é para todos. Colocamos em Jesus toda a nossa confiança. Ele espera por nós na alegria do banquete eterno: “Vós estivestes sempre comigo nas minhas tribulações. E Eu preparo para vós um reino, como meu Pai o preparou para Mim: comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino.

    Invoco, junto de Deus, as mais abundantes bênçãos para todos os cristãos leigos e leigas de nossas comunidades, agradecendo seu serviço pastoral generoso e a sua dedicação para a dilatação do Evangelho e para a construção de uma civilização do amor e da paz!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here