XIX Domingo do Tempo Comum

    Estamos celebrando o XIX Domingo do Tempo Comum. Temos também a alegria de celebramos o dia dos pais. A Liturgia da Palavra deste Domingo ainda está ligada ao Evangelho da multiplicação dos pães. Jesus chama a atenção porque os judeus não quiseram compreender o sinal da multiplicação. Claramente, ele afirma: “Eu sou o pão que desceu do céu! Quem dele comer, nunca morrerá!”.

    A primeira leitura – 1Reis 19, 4-8 – Elias era um grande profeta. Havia enfrentado 400 sacerdotes de Baal, mas a rainha queria tirar-lhe a vida vingando os sacerdotes e Elias teve medo e fugiu para o deserto rogando a Deus que lhe tirasse a vida, pois, não era melhor que seus pais! Mas Deus tinha uma nova missão para o profeta… mandou um anjo despertá-lo, e preparou-lhe um pão para comer e água para beber. Bebeu e voltou a dormir! Mas o anjo o desperta novamente e mandou caminhar até a montanha de Deus para uma conversa com o Senhor. Desta vez, o profeta obedeceu e caminhou por quarenta dias até chegar na montanha sagrada, onde Deus o revestiu de nova missão. Deus não desiste de seus planos… e Elias partiu para a nova missão.

    A vida lhe parece dura, amarga, sem sentido. Cansado, ele se rende e pede a morte: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais… Cansei! Quero morrer!” Quantas vezes somos como Elias, quantas vezes a existência nos pesa, o sentido da vida parece se nos esconder, quantas vezes parece que apenas sobrevivemos, mas não temos ideia para onde vai o caminho… O desengano do profeta é tão profundo que ele, deprimido, cai no sono. E o Senhor envia-lhe um anjo: “Levanta-te e come!’ E ele viu junto à sua cabeça um pão assado… ‘Ainda tens um longo caminho a percorrer”. Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus” Caríssimos, também nós estamos a caminho, também nós precisamos de um pão como o de Elias.

    Na segunda leitura – Ef 4,30-5,2 – nos mostra as indicações para uma vida renovada. Primeiramente, não contristar o Espírito Santo, com o qual Deus selou os efésios para a salvação definitiva (v. 30) Dessa maneira, devem desaparecer das relações entre os irmãos e irmãs as amarguras, irritações, cóleras e toda espécie de maldade, pois a ação do Espírito de Cristo deve levar a novos comportamentos. Os fiéis devem ser bons uns com os outros, compassivos, perdoar a quem precisa, imitar a Deus, enfim, amar como Cristo, ofertando a própria vida como sacrifício e oblação.

    O trecho do Evangelho deste dia (Jo 6,41-51) se inicia com a “murmuração” dos judeus (v. 41), porque Jesus se proclama um pão descido do céu. O agir deles lembra as reclamações por alimento na saída do Egito (Ex 16,2). Tal atitude é considerada, na tradição judaica, como falta de fé. Portanto, temos uma oposição desses interlocutores contra Jesus, por causa da identidade dele. Eles pensam apenas na origem humana: “Este não é Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe?” (v. 42). Esse pão o Senhor nos dá, esse pão é o próprio Cristo, que hoje nos diz: “Eu sou o pão da vossa vida!” Infelizmente para nós, caríssimos, nos iludimos, procurando saciar nossa fome de vida com coisas que não alimentam o coração.

    O Senhor revela: “O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo!” Aqui, o Senhor está falando claramente da Eucaristia: “Eu sou o pão da vossa vida, eu vos alimento de vida e de sentido de viver; e eu fico entre vós, fico convosco, alimento-vos de um modo que não esperáveis: minha união convosco é total, absoluta: eu vos dou verdadeiramente minha carne, meu corpo morto e ressuscitado, como vida da vossa vida!” Não pode haver maior dom, maior intimidade, mais revigorante alimento!

    A Eucaristia, comunhão no santíssimo Corpo do Senhor, não somente é alimento para o nosso caminho, não somente a sustento da nossa vida, não somente é penhor de vida eterna, como também nos faz ser um só corpo em Cristo. Neste dia em que celebramos os Dia dos Pais, peçamos a São José que ilumine a cada chefe de família e que de a graça de cada pai ser um sinal da Eucaristia em seu lar.

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