Nesta semana, tivemos a honra de receber no Rio de Janeiro o Eminentíssimo Senhor Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, que representou o Santo Padre, o Papa Francisco, na Cúpula do G20. Sua presença é um gesto de como a Igreja se empenha em dialogar com o mundo, contribuindo de forma eloquente com sua voz profética em prol da justiça, da paz e da solidariedade. Na semana passada ele esteve na COP 29 no Kazaquistão também no diálogo coma sociedade mundial.
O Cardeal Parolin não apenas traz consigo a presença do Papa Francisco, mas também carrega as preocupações do Sumo Pontífice expressas em sua mensagem às autoridades reunidas nesta Cúpula.
A carta do Papa Francisco que o Cardeal Parolin leu na cúpula do G20 é uma verdadeira convocação ao compromisso global contra a fome e a pobreza, denunciando as injustiças que afligem milhões de pessoas e clamando por soluções concretas e duradouras.
Na mensagem enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a todos os participantes do G20, o Papa Francisco relembra o que afirmou na Encíclica Fratelli Tutti: “A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”. Ele denuncia a contradição de um mundo em que bilhões de pessoas sofrem por falta de alimentos enquanto outras tantas enfrentam problemas relacionados ao excesso. Essa discrepância, fruto de injustiças econômicas e sociais, exige de todos nós uma reflexão profunda e, sobretudo, ações concretas.
O Santo Padre destaca que a fome não é consequência de escassez de alimentos, mas de sua má distribuição, agravada pela indiferença global e pela especulação financeira que transforma o alimento em mercadoria. Ele faz um apelo claro: “Nenhum esforço deve ser poupado para tirar as pessoas da pobreza e da fome”.
Para nós, do Rio de Janeiro, a visita do Cardeal Parolin é significativa. Receber um representante tão próximo do Papa em nossa cidade, especialmente no contexto de uma reunião tão importante como o G20, nos enche de alegria e responsabilidade.
O Rio de Janeiro, como sede dessa Cúpula, se torna palco de discussões globais que têm o potencial de transformar vidas. Como Igreja, pedimos a Deus que ilumine os estadistas presentes, para que suas decisões sejam guiadas por um compromisso sincero com a paz, a fraternidade e a dignidade humana.
A presença do Cardeal Parolin também reforça nosso compromisso local de trabalhar em favor dos mais vulneráveis. Em nossa Arquidiocese, temos diversas iniciativas que buscam combater a fome, promover a educação e oferecer assistência aos que mais precisam. Essa visita é um chamado para intensificarmos ainda mais nossos esforços, ecoando o clamor do Papa Francisco.
O Papa Francisco, em sua carta, também nos chama a uma conversão coletiva. Ele denuncia a tragédia dos conflitos armados que, além de ceifar vidas e destruir lares, agravam a fome e a pobreza ao redor do mundo. A cada dia, bilhões de dólares são gastos em armamentos enquanto milhões de pessoas carecem do essencial para viver.
O Santo Padre propõe uma ideia inspiradora: redirecionar os recursos destinados à guerra para um fundo global contra a fome e a pobreza. Essa proposta, que a Santa Sé já defende há anos, é um testemunho de como o Evangelho pode inspirar soluções concretas e realistas para os problemas do mundo.
A mensagem do Papa não se limita a um apelo aos governantes. Ela é também um chamado para todos nós. Cada pessoa, cada comunidade, tem um papel a desempenhar na construção de um mundo mais justo. O combate ao desperdício de alimentos, o apoio a iniciativas locais e o engajamento em causas sociais são formas de vivermos essa mensagem no nosso dia a dia.
Como Igreja, continuaremos promovendo a dignidade humana, oferecendo nossa contribuição específica para o bem comum. Nossas instituições católicas, tanto no Rio de Janeiro quanto ao redor do mundo, são sinais concretos do amor de Deus por todos, especialmente pelos mais pobres.
A presença do Cardeal Parolin em nossa cidade é um lembrete de que a Igreja não se isola dos problemas do mundo, mas busca ser luz e sal, contribuindo para soluções que respeitem a dignidade de cada pessoa. A mensagem do Papa Francisco, lida durante o G20, é um chamado à responsabilidade e à esperança, lembrando-nos que, juntos, podemos transformar as estruturas de pecado em caminhos de vida.
Significativas foram as duas Santas Missas presididas pelo Cardeal Pietro Parolin, na Capela São Joaquim, do Palácio Arquiepiscopal São Joaquim, na noite de segunda-feira, dia 18 de novembro, com os representantes da arquidiocese, bispos, padres, diáconos, religiosas, seminaristas e leigos e, na manhã do dia 19 de novembro, com alguns colaboradores mais íntimos, foram momentos em que no Altar do Cordeiro rezamos pelo G20 e para que todas as nações possam vencer a pobreza e a fome. Que o Pão da Vida nos inspire a partilhar o pão nosso de cada dia na mesa de todos os homens e mulheres de boa vontade.
Nosso agradecimento a Deus pela presença alegre e cativante do Emmo. Sr. Cardeal Pietro Parolin no Rio de Janeiro. Agradecimento extensivo ao Exmo. Dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no Brasil, que assomou a legação pontifícia neste evento do G20.
Peço a todos os fiéis que rezem por este momento tão importante. Que o Espírito Santo inspire para que os líderes reunidos no G20 possam colocar em prática as decisões sábias e corajosas em favor dos que mais sofrem que estão na declaração final. E que nós, como povo de Deus, possamos também fazer a nossa parte, vivendo o Evangelho com generosidade e compromisso.
Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por nossa cidade, por nosso país e pelo mundo inteiro.