Um clamor de fé pela paz: a Igreja unida ao apelo do Papa Leão XIV

    Amados irmãos e irmãs em Cristo,

    Na última audiência geral da quarta-feira, dia 20 de agosto, o Santo Padre, o Papa Leão XIV, lançou ao mundo um apelo que ecoa fundo em nossa consciência cristã e nos desafia a uma resposta concreta da fé: um dia de jejum e oração pela paz. Vivemos tempos marcados por conflitos que dilaceram povos, destroem famílias, ceifam vidas inocentes e aprofundam divisões entre nações. A convocação do Papa não é um gesto meramente simbólico; é um chamado urgente para que, como Igreja, façamos ressoar no mundo a força transformadora da oração unida, acompanhada da renúncia e da solidariedade.

    Não é a primeira vez que o Sucessor de Pedro pede ao rebanho de Cristo que se coloque de joelhos diante do Senhor em favor da paz. Recordemos momentos recentes e também mais distantes da história em que a oração dos fiéis se fez escudo contra a violência. O Papa São João Paulo II, por exemplo, convocou dias de jejum e oração nos momentos dramáticos da guerra do Golfo e em tantas outras ocasiões em que a humanidade parecia caminhar para o abismo. O Papa Bento XVI, com sua sabedoria serena, também ergueu a voz em favor do desarmamento espiritual e material, pedindo incessantemente que a Igreja não se calasse diante das guerras. O Papa Francisco, por sua vez, convocou em diversas ocasiões vigílias pela paz, especialmente pela Síria e pela Terra Santa, e nunca se cansou de repetir que “a guerra é sempre uma derrota da humanidade”.

    Agora, com a voz firme e paterna do Papa Leão XIV, este chamado se renova diante de nós. A Igreja, espalhada pelos quatro cantos do mundo, é convocada a se unir em um só coração e uma só alma para suplicar a Deus pelo dom precioso da paz. E aqui cabe uma observação fundamental: não se trata apenas de rezar para que os conflitos cessem externamente, mas de implorar a conversão dos corações, pois a verdadeira guerra começa dentro de cada ser humano, quando o egoísmo, a ambição e o ódio falam mais alto do que o amor, a justiça e a fraternidade.

    O jejum que o Papa nos pede não é mera prática ascética ou tradição ritual. É antes um gesto profético que denuncia o excesso de uns diante da fome de tantos, e que nos faz experimentar, ainda que minimamente, a vulnerabilidade dos que sofrem. O jejum abre espaço em nós para Deus e para o próximo, tornando nosso clamor pela paz mais verdadeiro, mais encarnado. A oração, por sua vez, é o lugar em que a impotência humana se encontra com a onipotência divina. Quando dobramos os joelhos diante do Senhor, confessamos que não somos senhores da história, mas que nossa esperança está n’Ele, que é o Príncipe da Paz.

    Ao longo da história, a Igreja nunca deixou de assumir seu papel de intercessora nos momentos em que a humanidade se viu ameaçada pelo ódio e pela violência. Foi assim durante as guerras mundiais do século XX, quando o Papa Bento XV, ainda em 1917, clamava pela paz em meio ao horror da Primeira Guerra, sendo chamado de “o Papa da Paz”. Foi assim também com o Papa Pio XII, que, em plena Segunda Guerra Mundial, convidava os fiéis a intensificar a oração e a confiança em Deus. Hoje, diante dos novos conflitos, vemos como os apelos da Igreja continuam atuais e necessários.

    Queridos irmãos e irmãs, este apelo do Papa Leão XIV não pode ser ignorado. Não podemos tratá-lo como mais um gesto piedoso em meio a tantos convites. É uma obrigação moral e espiritual para cada cristão que verdadeiramente crê na força da oração. Como pastores, como Igreja, como povo de Deus, temos o dever de atender a esse chamado com seriedade, com fé e com esperança. Que cada comunidade, cada família, cada fiel, se una neste dia em espírito de penitência e súplica, para que o Senhor converta os corações endurecidos e abra caminhos de reconciliação onde hoje só há destruição.

    Não nos iludamos: a paz não virá de tratados políticos apenas, nem de cálculos econômicos. A paz verdadeira é fruto da justiça e da misericórdia, e só pode ser sustentada quando os homens e mulheres se abrem à ação de Deus. Por isso, este gesto do Papa é profundamente profético. Ele nos recorda que a Igreja não se cala diante do sofrimento dos povos e não se contenta em ser espectadora do drama humano. Nossa missão é testemunhar que há esperança e que essa esperança tem nome: Jesus Cristo, Senhor da história.

    Convido, portanto, cada fiel desta nossa Igreja no Brasil a unir-se ao Santo Padre e a toda a Igreja universal neste grande clamor. Que possamos, em comunhão com o Papa Leão XIV, oferecer nosso jejum, nossas orações e sacrifícios pela paz no mundo. E que, ao fazer isso, não nos esqueçamos de que a paz começa em cada coração, em cada família, em cada gesto de reconciliação.

    Que a Virgem Maria, Rainha da Paz, interceda por nós e nos ensine a viver com coragem este tempo de oração e penitência. E que, pela graça de Deus, possamos ver nascer um novo amanhecer de paz sobre a humanidade.

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