“Tomai, isto é o meu corpo” (Mc 14,22)
Celebramos na quinta-feira, dia 30 de maio de 2024, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor. Encerramos assim a 98ª Semana Eucarística que levou as nossas pastorais, movimentos, clero, povo em geral a Igreja de Santana, Santuário de Adoração Perpétua de 23 a29 de maio. O tema deste ano foi: “Eucaristia e Oração”, e o lema: “o pão nosso de ada dia nos dai hoje” (Mt 6,11). Nesta solenidade devemos rezar pela Igreja e rezar sobretudo para que não faltem os sacerdotes que consagrem a Santa Eucaristia e não falte a Eucaristia para os fiéis.
A Eucaristia foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo na última Ceia, na Quinta-feira Santa, por isso, a Solenidade de Corpus Christi é celebrada sessenta dias após a Quinta-Feira Santa e todas as quintas-feiras do ano são “votivas” à eucaristia. Por isso, a solenidade de Corpus Christi é sempre celebrada numa Quinta-feira, ou seja, é uma data móvel, dependendo da data da Quinta-feira Santa, conta-se sessenta dias.
A Solenidade de Corpus Christi é uma das três solenidades que ocorrem dentro do tempo comum: A primeira é Santíssima Trindade, celebrada Domingo anterior, a segunda é Corpus Christi e a terceira é a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus que celebraremos na sexta-feira dia 7 de junho que é também o dia de Oração pela santificação dos sacerdotes.
Normalmente na solenidade de Corpus Christi as paróquias enfeitam as ruas ao entorno da própria Igreja com tapetes coloridos, feito de serragem, pó de café, sal grosso, flores ou casca de ovo. Ao final da celebração, o Ostensório com o Jesus Eucarístico passará por sobre o tapete, como sinal de respeito e agradecimento simbolizando a nossa vida aberta ao Cristo presente no Santíssimo Sacramento. Por isso, a Solenidade de Corpus Christi é uma festa para a Igreja, pois não celebramos um Deus “morto”, mas um Deus vivo que morreu e ressuscitou por nós e que passa abençoando nossas cidades.
Algumas paróquias ainda estendem a procissão percorrendo algumas ruas no entorno da paróquia, manifestando a alegria de adorarmos Jesus Eucarístico e reconhecendo a presença do Deus vivo no meio de nós. A presença de Jesus Eucarístico no ostensório nos faz reconhecer a presença do Deus verdadeiro no meio de nós, que ilumina a nossa vida. O ostensório tem uma forma de sol, pois Cristo é a luz que vem nos iluminar.
Jesus nos deixou como memorial o seu Corpo e Sangue e disse que todas as vezes que partíssemos o pão e o vinho deveríamos fazer em memória D’Ele, ou seja, quando na missa no padre consagra a Eucaristia, não é apenas um mero teatro daquilo que Jesus fez, mas atualizamos o mistério pascal de Cristo. O alimento que Ele nos dá que é seu Corpo e Sangue nos garante a vida eterna, é o único alimento que nos sacia de verdade e não sentiremos mais fome e nem sede. Como diz um cântico da Igreja: “A Eucaristia faz a Igreja” e a Igreja existe por causa dela.
A primeira leitura dessa missa é do livro do Êxodo (Ex 24,3-8), nesse trecho do livro do Êxodo, Moisés, junto com todo o povo faz um pacto de fidelidade ao Senhor, todo o povo se comprometeu a seguir as orientações e mandamentos da Lei que Moisés recebeu do Senhor e apresentou a eles. Em seguida, Moisés mandou jovens oferecerem sacrifícios e holocaustos e imolar novilhos como sacrifícios pacíficos ao Senhor. Moisés tomou metade do sangue e o pôs em vasilhas, e derramou a outra metade sobre o altar. Após isso, Moisés tomou o livro da lei e leu diante do povo, e todo o povo se comprometeu em seguir aquilo que Moisés leu. Moisés, então tomou o sangue e aspergiu todo o povo, dizendo: “Este é o sangue da aliança”.
A partir dessa leitura do Antigo Testamento observamos a primeira aliança que o povo fez com Deus através do sangue de novilhos e cordeiros, depois no Novo Testamento Jesus deixa o seu sangue como memorial, ou seja, não será mais necessário oferecer sangue de animais, mas Ele mesmo é o Cordeiro. Por isso, que Jesus diz: Este é o sangue da nova aliança, ou seja, Ele renova aquela aliança feita no Antigo Testamento.
O salmo responsorial é o 115 (116) que diz em seu refrão: “Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor”! Todas as vezes que na missa é erguido o cálice com o Sangue do Senhor, invocamos e pedimos que através daquele cálice erguido os nossos pecados sejam perdoados. Todas as vezes que se consagra o pão e o vinho em Corpo e Sangue de Cristo, além de recordarmos aquilo que Jesus fez na última ceia, pedimos a Deus o perdão de nossos pecados e que possamos experienciar de maneira plena a ceia eterna.
A segunda leitura é da carta aos Hebreus (Hb 9,11-15), o autor sagrado vai dizer que Cristo é o sumo sacerdote dos bens futuros. Ele entrou no santuário eterno não por sacrifício de animais, mas através de seu próprio sacrifício em nosso favor. Através do Sangue de Cristo somos purificados de todos os pecados, em razão do Espírito de Cristo ressuscitado que habita em nós. Ele é a nova aliança e eterna aliança e somos chamados a fazer parte dessa aliança, adentrando a vida eterna.
Nessa solenidade de Corpus Christi tem a sequência, após a segunda leitura, como ocorre em algumas solenidades têm a sequência. A sequência é uma forma de agradecer a Deus tão grande dádiva e uma oportunidade de agradecer a Deus por termos a Eucaristia. É um tratado sobre a Eucaristia em forma de versos.
O Evangelho é de Marcos (Mc 14,12-16.22-26), nesse trecho do Evangelho de Marcos acompanhamos os últimos momentos da vida de Jesus, estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus queria comer com os discípulos, segundo os planos de Deus, diferente dos planos humanos, já estava tudo arrumado e Jesus indica aos discípulos o que deveriam fazer e que deveriam arrumar tudo para a ceia.
A outra parte do Evangelho narra a motivação principal da festa de hoje, a instituição da Eucaristia. Ele deixa o seu Corpo e Sangue como memória para todos nós, ou seja, todas as vezes que consagramos a Eucaristia atualizamos o mistério Pascal de Cristo. Ele continua no meio de nós por meio do Espírito Santo, é ele quem consagra a Eucaristia e nos permite comungarmos de seu Corpo e Sangue aqui na terra até o momento de vivenciarmos essa experiencia no céu.
Para comungarmos do Corpo e Sangue de Jesus é necessário estarmos devidamente preparados, ou seja, com a nossa confissão sacramental em dia e com a nossa vida de fé em ordem, para não acontecer como diz São Paulo de estarmos comungando a nossa própria condenação, mas pelo contrário, a eucaristia deve ser antes de tudo a nossa salvação.
Vivamos em plena comunhão de amor com os demais irmãos de comunidade, pois se comungamos do Corpo e Sangue do Senhor, devemos viver em comunhão com os demais membros da comunidade. Desejemos sempre comungar do Corpo e Sangue de Jesus aqui na terra, para sermos merecedores da salvação eterna. Amém.
Graças e louvores sejam dados a todo momento! Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!