Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

    A liturgia da Igreja, sempre tão sábia e tão sóbria, resumiu aqui o essencial desta solenidade santíssima. A devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus, é sem dúvida uma grande força da nossa vivência cristã, porque, longe de desviar nossa atenção do Cristo, ela nos integra no plano de salvação proposto por Deus e realizado por seu Filho único, Jesus Cristo, que se encarnou e veio ao mundo por meio dela.

    Nós celebramos Maria porque é Mãe de Deus, porque nos deu o Salvador e se tornou nossa mãe. E foi Deus que assim o quis. Foi Deus que, em sua infinita sabedoria e bondade, estabeleceu que a redenção da humanidade acontecesse através de seu Filho único nascido de uma virgem; e a virgem escolhida foi Maria. Ora, se Deus, o Senhor de todas as coisas, o Infinito e o Absoluto, não se envergonhou de escolher Maria, e a fez Cheia de Graça, para ser a Mãe de seu Filho, por que haveríamos nós, simples mortais, de recusar-nos a ter para com ela uma devoção toda especial?

    A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa ressurreição e baseia-se na Ressurreição de Cristo, que transformará o nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso São Paulo recorda-nos (1 Cor 15, 20-26): “Se a morte veio por um homem (pelo pecado de Adão), também por um homem, Cristo, veio a ressurreição. Por Ele, todos retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida, quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois, os últimos, quando Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…Essa vinda de Cristo, de que fala o Apóstolo, disse São João Paulo II, “não devia por acaso cumprir-se, neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim, imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria, chama-o com mais propriedade dormição. Para nós, a Solenidade de hoje é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor. E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura ressurreição” (Trecho da Homilia de São João Paulo II na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, 1980).

    A festa de plenitude de Nossa Senhora, a sua chegada a glória, no seu destino pleno de criatura. Nela aparece claro a obra da salvação que Cristo realizou! Ela é aquela Mulher vestida do sol, que é Cristo, pisando a instabilidade deste mundo, representada pela lua inconstante, toda coroada de doze estrelas, número da Israel e da Igreja! A leitura do Apocalipse mostra-nos tudo isso; mas, termina afirmando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus e o poder do seu Cristo!” Eis: a plenitude da Virgem é realização da obra de Cristo, da vitória de Cristo nela”.

    As leituras deste domingo são as seguintes: Primeira leitura – Ap 11,19a;12,1-6a.10a – Quem é a mulher e quem seria o dragão que apareceu no céu? Ele quer devorar a criança que está para nascer! Mas, quem é a criança e onde ficaria o deserto, onde, ela (a Igreja) seria escondida? A mulher foi levada para o deserto. O autor do Apocalipse, com certeza, profetiza a salvação de Maria, preservada da morte e glorificada no céu – A Assunção de Maria ao céu! Satanás sempre quis a morte do ser humano, e Deus – Jesus Cristo: Deus e Homem – mediante sua força divina, manifestada na Ressurreição, vence o mal e garante a melhor recompensa para sua Mãe, impedindo-a de permanecer na sepultura e glorificando-a pela Assunção em corpo e alma para o céu!

    Na Segunda leitura – 1 Cor 15,20-26.28 – o demônio (a serpente) quis a morte do ser humano; mas Jesus veio para restituir-nos a vida divina! Quem está e permanece em Jesus Cristo não conhece a morte. Morremos em Adão e Eva, mas em Cristo revivemos para a vida eterna.

    No Evangelho – Lc 1,39-56 – a Virgem Maria, instruída pelo Anjo Gabriel, declarou-se “Serva do Senhor”. Visitou Isabel para levar-lhe a primeira graça do Redentor: “A criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo!”. Aqui vemos que a Bem-aventurada Virgem Maria sempre se colocou à disposição de Deus e também do próximo, pois, Maria vai até a casa da sua prima Isabel para ajudá-la. Maria olha a necessidade de sua prima e se coloca em prontidão. Que belo exemplo de Maria. Fez bem ao outro, por isso, Deus recebe na glória.

    Maria é causa de nossa alegria! Pois foi através dela que nos veio a alegria, Jesus Cristo, e é nela que nós vemos o que seremos: gloriosos com aquela glória que tomará conta do nosso corpo e da nossa alma no dia eterno… no céu, no qual ela, gloriosamente, em corpo e alma, já nos precedeu.

    Nossa Senhora da Assunção nos ajude a trilhar como Ela o caminho do céu! Nossa Senhora da Glória, rogai por nós!

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