Ser cristão é viver no amor

    No Evangelho do trigésimo domingo de Tempo Comum, Mateus nos mostra fariseus interrogando Jesus, para o experimentar ou para preparar-lhe uma armadilha.
    A pergunta dos fariseus estava cheia de más intenções. Para eles, todos os mandamentos eram igualmente importantes e deveriam ser cumpridos com o mesmo rigor. Aquele fariseu, ao perguntar a Jesus qual era o mandamento mais importante desejava colocá-lo em dificuldades. No entanto, Jesus não se intimidou e respondeu com clareza. Tudo está resumido em dois mandamentos: amar a Deus e ao próximo. Nada mais é necessário. Todas as demais normas dependem desses dois mandamentos maiores. E foi isso que ouviram, surpresos os fariseus e o que nós, hoje, devemos ter bem presente. Todos os nossos deveres como cristãos estão resumidos nesses dois mandamentos: amar a Deus e aos irmãos.
    São dois mandamentos que estão ligados entre si. Não são duas normas separadas e independentes. Ou melhor, um é condição para o outro. Apenas aquele que ama seus irmãos ama a Deus, por mais que vá à Missa, ou reze muitas orações, ou leia diversas vezes a Bíblia. Assim, os dois mandamentos andam bem juntos e não podem ser separados.
    Depois vem o passo seguinte: aplicar esses mandamentos, sobretudo o segundo, o do amor aos irmãos, a nossa vida prática e diária, às relações com nossos irmãos, com nossa família, com os amigos e com os companheiros de trabalho.
    Na segunda leitura deste domingo, podemos saber como desenvolver esse amor. Na leitura, veremos que Deus deseja que cuidemos de maneira especial dos estrangeiros, dos órfãos, das viúvas, dos pobres e daqueles que nada têm para se cobrir. A leitura afirma que, quando o pobre chamar a Deus, “eu o ouvirei porque sou compassivo”. Quer dizer: amar aos irmãos implica ter um especial cuidado com as suas necessidades, principalmente as dos mais pobres, dos mais fracos, dos indefesos. Atendê-los, servi-los, devolver-lhes a dignidade, respeitá-los, acompanhá-los: tudo isso é amar os irmãos. Só quem assim procede – ou ao menos procura seriamente fazê-lo – pode dizer que ama a Deus. Tem muita gente que fala “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”,  mas é mentiroso, porque quem ama não persegue os seus irmãos, ao contrário os acolhe, apesar de seus pecados, sendo compassivo. Tenhamos muito medo dos lobos, travestidos de pastores, que assaltam as ovelhas…. Só ama verdadeiramente quem acolhe e é misericordioso.