Quando estamos doentes, procuramos o devido tratamento médico e hospitalar. Mas, acima de tudo, procuramos pedir a Deus a graça do restabelecimento da nossa saúde. Foi assim que, doente da perna, o militar Camilo de Léllis procurou o Hospital de São Tiago, em Roma, para curar a ferida que havia contraído na perna e, naquele ambiente sanitário, viveu em profunda vida acética a compaixão para com todos os que são doentes.
Nascido em 25 de maio de 1550, em Nápolis, entrou como o pai na vida militar. Com dezoito anos lutou contra os turcos pelo exército italiano. Ferido gravemente, ficou seriamente doente, quando voltou para a cidade de Roma, onde foi internado no hospital dos incuráveis. A paixão pelo jogo fez com que o demitissem daquele estabelecimento. Posto na rua, doente, pobre, procurou serviço como servente de pedreiro, trabalhando em seguida numa casa que os capuchinhos estavam construindo. Uma conversa que teve com o guardião do convento, abriu-lhe os olhos. Largou do jogo, fez penitência e invocou a misericórdia divina. Camilo tinha, então, 25 anos.
Foi na extrema compaixão para com os que sofrem que Camilo de Léllis encontrou o caminho da sua conversão pessoal, abandonando os vícios e o jogo, e fundando uma obra religiosa e material voltada para o atendimento hospitalar dos doentes e para a assistência religiosa dos enfermos, a chamada Ordem dos Ministros dos Enfermos, entre nós conhecida como Padres e Irmãos Camilianos.
Dedicando-se ao cuidado para com os doentes e na administração hospitalar, os filhos de São Camilo de Léllis nos dão um vivo exemplo de cuidado generoso com os enfermos. Quando houve uma peste em Roma, embora doente e sofrendo dores horríveis no pé, Camilo de Léllis, depois de ter fundado, em 1582, uma Irmandade para atendimento aos doentes, o santo ia de casa em casa, procurando, socorrendo e consolando os pobres doentes. Numerosos são os casos, em que foi visto levando nas costas os doentes ao hospital, onde os tratava com a maior dedicação. Quando a peste chegou em Milão e Nola, Camilo acompanhou-a levando consigo a caridade e o zelo apostólico. Muitos doentes recuperaram a saúde só pela palavra e oração do sacerdote. Em 1591, o Papa Gregório XIV reconheceu a Irmandade como uma Ordem Religiosa, nascendo aí a Ordem dos Ministros dos Enfermos.
São Camilo de Léllis faleceu em Roma, no dia 14 de julho de 1614. Em 1746 foi canonizado pelo Papa Bento XIV. São Camilo é padroeiro dos enfermos e dos hospitais.
Ao recordar, em 15 de julho de 2013, o legado de São Camilo de Léllis, o Papa Francisco assim se expressou: “Sede como ele, bons samaritanos! E também aos médicos, enfermeiros e aos que trabalham nos hospitais e casas de saúde, faço votos de que sejam animados pelo mesmo espírito”. Por isso, neste dia em que rezamos pelos que sofrem do corpo e, também, pelos administradores hospitalares, animamos a todos a viverem o exemplo de compaixão deste ano santo jubilar, e desejo que todos os médicos, enfermeiros, administradores hospitalares e colaboradores da Pró-Saúde vivenciem seu trabalho como graça de Deus em favor dos que sofrem e que sejam pontes de compaixão e de misericórdia para que possam recuperar a sua saúde.
São Camilo ilumine o trabalho da nossa Pró-Saúde e os caminhos de nossos administradores hospitalares. Que possamos ser canal da saúde divina em favor de todos os que contam com nossa solicitude em todo o Brasil.