São Camilo de Léllis

    Celebramos no próximo dia 14 de julho a memória litúrgica de São Camilo de Léllis, patrono dos enfermos e protetor dos hospitais. No dia de São Camilo é celebrado o Dia Internacional dos Enfermos. Mais do que uma comemoração, esse é dia para lembrarmos de todos os enfermos e rezarmos por eles, pedindo a intercessão de São Camilo.

    É um dia também de pedirmos melhorias no serviço de saúde a população, cobrando dos governos novos hospitais e novos leitos para atender aos enfermos. Pedir também, por intercessão de São Camilo, que disponibilizem mais médicos e enfermeiros para cuidar dos enfermos. Peçamos para que os jovens de hoje se sintam chamados a abraçar a vocação da medicina, pois a medicina, assim como todas as outras vocações, é um chamado de Deus — e a pessoa chamada tem que dar o “Sim” sincero e maduro a Deus, assim como qualquer outra vocação.

    Nesse dia dedicado a São Camilo de Léllis, rezamos por toda a comunidade Camiliana, ordem religiosa que segue os passos de seu fundador São Camilo. Peçamos ao Espírito Santo para que não faltem jovens dispostos a abraçarem a vocação camiliana e o cuidado com os enfermos e, ainda, que a Ordem Camiliana continue seguindo o legado deixado por seu fundador.

    O cuidado com os enfermos é de extrema importância, pois é nessa hora de fragilidade que, aquele que está doente, precisa de um apoio, de uma palavra de conforto e de esperança. Ao mesmo tempo que atendemos o doente, atendemos o familiar que está junto ao doente — muitas vezes o familiar é aquele que mais precisa de atendimento, pois sofre junto com o doente e, sobretudo, quando o doente está em estado grave.

    Por isso, os voluntários da pastoral da saúde ou dos enfermos que ajudam no atendimento aos doentes nos hospitais, são de extrema importância, pois, além de atenderem aos enfermos, prestam apoio aos familiares. Os membros da pastoral da saúde rezam com os enfermos e seus familiares, conversam com eles e, em alguns casos, se estão autorizados, ministram a Eucaristia. Eles fazem a triagem e, se caso o enfermo desejar se confessar, o padre vai até ele e o ouve em confissão. Que possamos fortalecer a Pastoral da Saúde em nossas paróquias para atender aos enfermos e que possamos ser “bons samaritanos” nos dias de hoje, a exemplo de São Camilo.

    Nessa data dedicada a São Camilo de Léllis e ao Dia Internacional dos Enfermos, rezemos para que todos os doentes sejam respeitados em sua dignidade e possam ser acolhidos de maneira digna e respeitosa nos hospitais e que não sejam esquecidos pelos médicos, enfermeiros, sobretudo, por parte da Pastoral da Saúde e clérigos. Nos últimos anos, tem aumentado muito o número de pessoas doentes, seja nos hospitais ou em casa. São irmãos que precisam do apoio da Pastoral da Saúde. Atualmente, mais do que nunca, a Igreja precisa ser presença nos hospitais levando a mensagem de salvação.

    São Camilo, nasceu em 25 de maio de 1.550, na vila Bucchianico, Chieti, ao Sul da Itália. Filho de uma família nobre e tradicional, São Camilo foi gerado quando seus pais já estavam em idade avançada. Sua mãe chamava-se Camila Compelli. Era uma boa cristã e cuidava da casa. Seu pai, João de Léllis era um homem de carreira militar que passava muito tempo fora de casa. Os pais de Camilo ficaram muito felizes com a chegada do filho, apesar da idade avançada. Devido a sua mãe ter sessenta anos de idade, o parto foi bem arriscado, mas Camilo nasceu saudável.

    Camilo cresceu com a ausência do pai, devido a sua carreira militar. Foi criado e educado por sua mãe. Ela lhe ensinou os preceitos católicos e cristãos, pois sua mãe tinha muita fé. Quando São Camilo tinha 13 anos idade, sua mãe faleceu. Então, ele ficou morando com com o pai que tinha uma vida instável devido a carreira militar — era um bom cristão, mas tinha um vício em jogos, algo ruim para seu filho.

    Com apenas 14 anos de idade, São Camilo entrou para a carreira militar como soldado. Não era muito a sua vontade, foi seu pai que o colocou por achar São Camilo rebelde e não dado ao estudo. No entanto, ele foi um bom soldado, tinha uma boa estrutura física para os serviços braçais. Com 19 anos, Camilo perdeu também seu pai e ficou com uma situação financeira complicada, pois a única herança que recebeu foram umas armas, um punhal e uma espada.

    Camilo foi voluntário no exército Veneziano e, nesse serviço, testemunhou como era a vida de enfermos agonizantes que viviam diversas doenças. Nessa época Camilo teve que conviver com uma úlcera que lhe apareceu no pé, que o fez passar dificuldades financeiras. Do mesmo modo que o Pai, Camilo se sentiu atraído pela vida mundana, desenvolvendo hábitos profanos e viciado em jogos.

    Em 1570, com vinte anos de idade, Camilo teve um encontro que mudaria a sua vida: conheceu um jovem frade franciscano e sentiu-se atraído pelo carisma de São Francisco de Assis. Por isso, pediu para ingressar na Ordem dos Franciscanos, mas seu pedido não foi aceito devido a úlcera que ele tinha no pé.

    Diagnosticado com um tumor incurável e sem dinheiro para cuidar-se, Camilo decidiu ir para Roma para pedir socorro no hospital Santiago. Lá, se oferece para trabalhar de auxiliar de Enfermagem ao mesmo tempo em que cuidaria de sua enfermidade. Convivendo com diversas situações no hospital, ele começou a sentir no coração que Deus o chamava para uma missão maior e que seria uma via de santificação para si, servir aos enfermos como se estivesse servindo a Cristo.

    Camilo construiu uma bela amizade com São Felipe Neri, que o orientou a retomar os estudos. Em 1584, com 34 anos de idade, foi ordenado sacerdote. Sentia cada vez mais forte no coração o desejo de servir aos enfermos e necessitados. Assim, ele fundou a Irmandade dos Voluntários dos Enfermos para cuidar dos doentes, pobres e miseráveis. Muitos homens, com o mesmo desejo de São Camilo, aderiram ao chamado — e o grupo foi crescendo, tornando-se uma Ordem dos Voluntários dos Enfermos.

    Em 1591, a congregação foi elevada pela Sé Apostólica à categoria de Ordem religiosa, sendo conhecida como Ordem dos Ministros dos Enfermos. São Camilo foi superior da ordem por 20 anos e ensinou aos irmãos o cuidado e o zelo que deveria ser dado aos enfermos. Mesmo com o tumor no pé, ele trabalhou duro até suas forças se esgotar. Faleceu em 14 de julho de 1614, em Roma, aos 64 anos de idade. Em 29 de junho de 1746, dia da Festa de São Pedro e São Paulo, o então Papa Bento XIV canonizou Camilo de Léllis. Um dos milagres que comprovam a sua canonização é que a úlcera em seu pé, que desapareceu assim que ele morreu.

    Aprendamos de São Camilo o amor e o cuidado com os enfermos. Os enfermos precisam de atenção e de nossa oração. Que a Igreja continue sendo o rosto da misericórdia de Cristo para com todos os enfermos. Peçamos saúde e proteção a São Camilo para nós e para nossa família.

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