Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

    A experiência do povo de Israel no deserto é o ponto de partida das leituras da festa de “Corpus Christi”. No deserto o povo aprendeu que sua vida estava nas mãos generosas de Deus e que, assim, não dependia apenas de suas próprias forças.  E o povo passou fome, sentiu-se desfalecer, foi perseguido e importunado. Mas também experimentou o poder de Deus que, com braço forte e mão poderosa, livrou-o dos inimigos, alimentou e o guiou até a terra prometida. Nada daquilo aconteceu com o povo de Israel porque o povo era poderoso. Foi a genuína graça de Deus que o libertou da escravidão e o alimentou com o maná.
    A comunidade cristã sabe que hoje também está a caminho. Peregrinamos em busca da morada definitiva. Cada um, cada família conhece as penúrias e as dificuldades e os muitos momentos de tristeza e de desesperança. Sabemos, por experiência, que as nossas forças são pequenas e que somos limitados. Mas em nosso caminhar sempre podemos fazer mais. Uma parada no caminho para celebrar com os irmãos e as irmãs a Eucaristia. É um tempo de encontro solidário. Os rostos dos demais se tornam amáveis ao entrarem na igreja. Brota a saudação ali experimentaremos a comunidade e, ainda mais importante, aquilo que é o vínculo de união da comunidade e que anima nossa esperança e dá forças ao nosso caminhar: Jesus. Juntos, cantamos e louvamos, juntos, ouvimos e meditamos sobre sua palavra; juntos, damos graças e partilhamos do seu Corpo e Sangue; juntos, celebramos a Eucaristia, sabendo que somos membros de uma imensa comunidade que se estende por todo o mundo.
    Na Eucaristia e na missa, aprendemos que o caminhar tem um sentido que, apesar do cansaço, vale a pena nos esforçarmos. Na Eucaristia, descobrimos que não estamos sozinhos, que os irmãos e irmãs ao nosso redor estão comprometidos com o mesmo caminho, que Deus está conosco – porque Ele se fez alimento, o pão e o vinho que oferecem a verdadeira vida. “Aquele que come desse pão viverá sempre”, disse Jesus no evangelho. Agora já sabemos que não vivemos apenas de pão. E que nossos esforços – nosso pão – vale pouco. E reconhecemos que, no pão da Eucaristia – o próprio Corpo do Senhor – encontramos a vida verdadeira, aquela que jamais termina e que nos orienta na nossa jornada.

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