No dia 9 de novembro de 2022, a Congregação do Santíssimo Redentor, os redentoristas, completa 290 anos de fundação. Ela teve início em 1732, em Nápoles, na Itália, quando Santo Afonso Maria de Ligório começou a congregar um grupo de padres, inspirado pela passagem do Evangelho, que diz: “Enviou-me para evangelizar os pobres” (Lc 4, 18). A ideia feliz de fundar uma congregação nasceu no momento em que o grande homem de Deus, Santo Afonso, se encontrava em meio aos cabreiros.
Impressionado até demais com seu abandono, e vendo que não havia quem lhes anunciasse a Palavra de Deus, Afonso decidiu reunir padres que aceitassem ser missionários dos mais abandonados e destituídos de recursos. Tendo seu berço em Scala, a congregação recebeu a aprovação pontifícia de Bento XIV, em 1747, depois de vencidos não poucos obstáculos.
A nova congregação cresceu, cresceu, e quem a levou para além dos Alpes foi o sacerdote austríaco São Clemente Maria Ofbauer. Os redentoristas começam se fixando em Varsóvia, passando depois para a Alemanha, a Suíça, a Áustria e, enfim, para o resto da Europa.
Em 1894, ao término de uma longa viagem de navio, um grupo de redentoristas, padres e irmãos, sem conhecer outro idioma, senão o alemão e o latim, aportou no Rio de Janeiro. Algum tempo mais tarde, aos 24 de outubro do mesmo ano, chegou a Aparecida do Norte-SP. Alguns se fixaram ali, outros seguiram adiante, até alcançarem a região onde atualmente se localiza a cidade de Goiânia.
A chegada dos primeiros redentoristas irlandeses em solo brasileiro pela primeira vez aconteceu em 7 de maio de 1960, quando o navio atracou no porto do Rio de Janeiro. Eram quatro os missionários redentoristas: Padres João Myers, Tiago McGrath, Jaime Collins e Miguel Kirwan, que logo se embrenharam nas matas do estado de Goiás. Enfrentaram o desafio de iniciar uma nova missão: aprender uma língua nova, compreender uma cultura nova, traduzir respostas velhas para uma realidade sócio-eclesiástica totalmente diferente e desconhecida.
Vieram com muita coragem, criatividade, energia e esperança. Vieram também com sangue quente. Dessa semente, nasceu, dois anos depois, em 1962, uma nova Vice-Província Redentorista: a de Fortaleza. Aqui coloco os nomes de grandes e generosos missionários, que não seja em detrimento dos demais: Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Pe. Brendan Coleman (Brandão), Pe. Brian Holmes (Bernardo), Pe. Leonardo Martins e Pe. José Carlos Linhares Pontes Júnior, membros da fundação irlandesa de Santo Afonso, pelos estados de Ceará, Piauí e Maranhão (cf. Pe. Gilberto Paiva, Vice-Província Redentorista de Fortaleza, p. 11).
Vale dizer que a Congregação tem como suporte da atividade apostólica a vida em comunidade, ocupando-se preferencialmente pela pregação da Palavra de Deus às classes populares, indo ao encontro dos mais abandonados. Lembrando, entretanto, que também fazem parte do carisma redentorista o estudo e o ensino da teologia moral, filhos que são do padroeiro dos moralistas, que é Santo Afonso. Aliás, diversos moralistas, de ontem e hoje, são bem conhecidos, entre os quais o personagem do mais elevado destaque: Bernard Haering. Deus seja louvado por suas santas criaturas!