O Vírus na Interioridade Humana

    O assunto do momento com tamanha exacerbação internacional é sobre a pandemia do Covid-19. Não há pandemia tão mortal quando a interioridade humana confina o vírus da maldade, do egoísmo, da inveja, do ódio, da idolatria do dinheiro, da patologia hipócrita religiosa, da boçalidade, do pandemônio do medo, do pansexualismo parafílico, do panteísmo ecológico, politeísmo ideológico e a ditadura relativista.

    Não podemos negar e nem nos conformar  com a mortandade pelo coronavírus, pela fome, pelas armas de guerras, pelo tráfico de drogas, pelas doenças, pela indústria da prostituição e pela desigualdade social. Vivemos a era da cultura de morte. O descaso pelo  outro, a perda de sentido pela vida, o individualismo, o narcisismo e hedonismo configuram a síndrome da psicopatia. É catastrófico o comportamento agressivo devido as perturbações mentais! As chamas ardentes da ansiedade, da depressão, das fobias e dos vícios, são provas impactantes de desequilíbrios. Os relacionamentos doentios, amizades quebradas, emoções despedaçadas, vivem juntos e separados, fazem do quanto uma trincheira de guerra. A casa não é mais um lar, e sim um hotel. São clientes e inimigos que suportam por elos que sufocam paulatinamente a óbito corporal, porque a alma, os sentimentos e o respeito já foram sepultados.

    No isolamento, não é a materialidade confinada, não é o distanciamento físico, é o apagão psicológico, a distância da mentalidade criativa, a separação do “eu”, da dimensão transcendental e de novos horizontes. Daí o afastamento do outro, e muito pior a incompatibilidade com os demais. A ciência e a tecnologia que poderiam ser aliados ao seu progresso de qualidade de vida, ou seja, saúde física e mental, elas são consumidas para degeneração patológica. Pelo vazio existencial, carência afetiva e fantasia doentia, levam ao mundo tenebroso do mau uso da internet com o cemitério de zumbis.

    É dentro desse contexto que a imaginação apagada, fica claro a ausência da arte, da poesia, da música, da literatura clássica, da psicanálise e da espiritualidade. A beleza da arte e da terapia levam-nos aos infinitos tesouros da sapiencialidade, da qualidade de vida, da felicidade e dos imensuráveis encantos da alma. Daí infinitas aberturas para novos horizontes! Sem o belo da arte a vida é infeliz e sem condições para um bom relacionamento. A arte transcende as palavras, gestos, imagens e o intelecto. A vida sem arte é um desastre. Vida sem arte é uma existência falsificada.

    O vírus na interioridade humana, mata a alma, os sentimentos e a dimensão transcendental. O ser humano da era pós-moderna pode ser marcado como reservatório pandêmico. Tem sinal de grandiosidade em tudo, até na internacional pandemia.

    Se proteger é o amor pela própria vida, pela vida interior, pela beleza da alma iluminada! Tudo isso transfere proteção, o bem e nova vida para os outros. A interioridade humana é um espaço sagrado do amor, da verdade, da sabedoria e da dignidade onde flui o bem-estar integral para todos.

    Dr. Inácio José do Vale

    Psicanalista Clínico, PhD

    Qualificado em Psicologia Clínica e Educacional

    Professor e Sociólogo em Ciência da Religião

    Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ.

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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