Estamos no último dos quatro Domingos do santo Advento! Dentro da semana de preparação próxima para o Natal, praticamente, neste ano, concluímos a semana com a vigília de Natal. A Igreja, agora, é toda atenção, toda contemplação do mistério da Encarnação, preparando-se para celebrar o Natal do Senhor. Sua vinda é a nossa salvação, sua chegada é o anúncio da esperança a todos os povos, a toda a humanidade, a anual celebração do seu Natal recorda-nos que nosso Deus não está longe, mas perto da humanidade toda e de cada um de nós.
O Filho eterno do Pai fez-se homem para encher de Vida divina a nossa existência humana. É este é o Mistério de que fala São Paulo na segunda leitura da Missa deste domingo (Rm 16,25-27): “Mistério mantido em sigilo desde sempre. Agora, este Mistério dói manifestado e conforme determinação do Deus eterno, foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé!” Antes, parecia que Deus era Deus somente de um povo, esquecendo os outros povos, a grande massa da humanidade. Com a aproximação do Santo Natal, contemplamos a benevolência de Deus para toda a humanidade: no segredo do seu coração havia um amoroso e misterioso projeto: salvar toda a humanidade pelo fruto que haveria de vir da raça de Israel, da tribo de Judá, da Casa de Davi.
O que nos deve encantar neste Domingo, não é somente a grandiosidade desse Mistério, dessa surpresa de um Deus que, desde sempre, preocupou-se com todos, com toda a humanidade e não só com Israel. O que nos deve encantar é também o modo como o Senhor realiza o seu desígnio: ele age no escondimento, na humildade, nas pequenas decisões de nossa existência. Primeiro, o rei Davi, humilde pastor de Belém, mais novo dos muitos filhos do velho Jessé. E Deus o escolheu: para rei e para dele fazer uma dinastia da qual nasceria o Messias. Davi, que desejava humildemente construir uma Casa, um Templo para o Senhor, fica sabendo que é Deus quem lhe construirá uma Casa, isto é, uma Dinastia, uma descendência, da qual nascerá Aquele bendito Descendente que enche de alegria o nosso coração: “O Senhor te anuncia que te fará uma casa. Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realiza. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre! ” Eis a bondade do Senhor, que de um simples pastorzinho fará nascer o Salvador que reina para sempre. Depois, podemos pensar em José, naquele que tinha recebido como prometida em casamento uma virgem chamada Maria… José, homem de Deus, membro pobre da família real de Davi, simples artesão, que vivia na justiça do Senhor, praticando a Lei do Deus de Israel.
Na primeira leitura (2Sm 7,1-16) o rei Davi, movido por sentimento de gratidão e de respeito, pensou construir um templo para seu Deus; mas é Deus quem vai construir o seu próprio e exclusivo templo: “O Verbo de Deus, acolhido no seio de Maria, permanece entre nós e caminha conosco pelas estradas da vida”. O seio de Maria é o templo de nosso Emanuel, Deus que está em nosso meio e caminha conosco!
Na segunda leitura (Rm 16,25-27) é anunciado que o Projeto de Deus, existente desde toda a eternidade; agora, é revelado para todos os povos: “O Mistério, mantido em segredo desde sempre, agora este mistério foi manifestado (…) e levado ao conhecimento de todas as nações”. Natal é revelação do segredo de nosso Deus!
No Evangelho (Lc 1,26-38) aparece com clareza que o Templo construído por Deus é a própria Virgem Maria, em cujo seio, foi formado o Verbo encarnado, para ser o Deus que está em nosso meio, que caminha no meio de nós pelas estradas da vida. O seio de Maria é o templo provisório, pois o Menino, gerado por Maria, é o Verbo Encarnado – Deus e Homem ao mesmo tempo, que caminha conosco. O segredo de Deus toma forma na Gruta de Belém! É a mulher (antes foi Eva, agora é Maria) quem decide, expressando o mistério por intermédio da fé e da acolhida de Maria à proposta de Deus pelo anjo.
Ó Virgem, toda santa e toda pura! Obrigado pelo teu sim, obrigado pelo sim que é eco no tempo do sim que o Filho pronunciou na eternidade! Como poderíamos te saudar, ó Toda Santa? Saudamos-te como a Escritura nos ensina: saudamos-te Cheia de Graça, saudamos-te Bendita entre as mulheres, saudamos-te Arca da Aliança, saudamos-te Mãe do Senhor, saudamos-te portadora do Salvador, saudamos-te Causa da nossa alegria, saudamos-te Esposa do Espírito, saudamos-te Bendita por ter acreditado! Saudamos-te assim, Mãe de Jesus, e toda a saudação do mundo ainda seria pouca para exprimir a grandeza do teu sim e nossa gratidão pela tua disponibilidade! Ensina-nos, Virgem Maria, a dizer o sim como tu disseste; ensina-nos a tornar nossa vida disponível ao plano do Senhor; ensina-nos a viver em nós a obediência do Filho, como tu viveste!
Os católicos com alegria participam primeiro do quarto domingo do advento, santificando o “Dia do Senhor” que neste ano termina com as primeiras vésperas do Natal, e depois, com muita alegria, celebram o Natal do Senhor com um dos quatro formulários da missa natalina. O aniversariante no Natal é Jesus, é para Ele, o Redentor que nos foi dado para nos salvar que devemos festejar e viver o Natal! Bom e feliz Natal do Senhor!