O homem moderno, por mais desligado da religião que possa parecer, mantém na sua consciência as grandes interrogações religiosas da existência. Qual é o significado da vida? Qual é o sentido da atividade humana e das suas fadigas? Por que – por mais que mantenha boa forma física – com certeza vai morrer? Como deve entender sua missão neste mundo? A Igreja sabe perfeitamente que só Deus, que construiu a natureza humana, e a remiu do pecado, sabe responder a isso a contento. Por isso o Pai Celeste nos enviou a pessoa que Ele mais ama: Jesus o Cristo, Salvador. Segundo São Paulo, nossa tarefa não deixa espaço para dúvidas: “Revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4, 24). Com certeza, aproximando-nos de Jesus, ser-nos-á revelado o mistério do homem. Este, por mais que busque desenvolver sua personalidade, ou que consiga afirmar os seus direitos, sempre se sente a caminho.
Olhando para esse ser maravilhoso, o homem novo, sem preconceitos, e com espírito aberto, descobriremos que Deus é o fim último do homem. Só Ele responde às aspirações profundíssimas do coração humano, que jamais se satisfaz plenamente com os alimentos terrestres. Todo aquele que segue a Cristo, o Homem Perfeito, torna-se também mais humano. Isso descarta a possibilidade de menosprezar o nosso corpo. Mas também põe no seu devido lugar os exageros do “homem imortal”, que cultiva o seu corpo a ponto de esquecer que um dia vai deixar este mundo. O Cristo nos mostra a grande dignidade de todo ser humano, cuja liberdade de filhos de Deus nenhuma lei humana pode assegurar devidamente. Ele adverte que todos os talentos humanos devem ser reduplicados para o serviço de Deus e o bem dos homens. O que leva a entender a lei fundamental de toda a atividade econômica. Isso, longe de suprimir a autonomia justa do homem, antes a restabelece e confirma em sua dignidade. Se nos desligarmos das leis de Cristo, a beleza da natureza humana perece. Só Cristo é a revelação plena do Pai (1 Pd 4, 13).