Hans Selye, foi o primeiro a pesquisar sobre o estresse na década de 1930, era doutor em medicina e química. Selye, foi um endocrinologista de etnicidade húngara, nascido na antiga Áustria-Hungria. Na Universidade McGill em Montreal, no Canadá, iniciou o campo de estudos sobre o estresse com sua Síndrome Geral de Adaptação. O termo estresse, antes utilizado no estudo de materiais, foi aplicado à resposta do organismo vivo diante de ameaças que põe em risco seu equilíbrio (homeostase). Seu trabalho estabeleceu as bases para a compreensão dos aspectos fisiológicos e psicológicos do estresse e seu impacto na saúde.
De acordo com Robert Sapolsky, célebre cientista, escritor americano e pesquisador da Universidade de Stanford, o conceito de estresse envolve a resposta fisiológica do corpo a situações desafiadoras que ameaçam o equilíbrio interno, destacando a importância do sistema nervoso e hormonal na resposta ao estresse. Ele destaca principalmente três hormônios em sua pesquisa sobre o estresse: cortisol, adrenalina e norepinefrina. O cortisol, popularmente conhecido como o hormônio do estresse, está envolvido na regulação do metabolismo, inflamação e resposta imunológica. A adrenalina e a norepinefrina ajudam a preparar o corpo para lidar com o estresse, aumentando a frequência cardíaca, dilatando as vias aéreas e mobilizando energia para lidar com a situação desafiadora. Em conjunto, esses hormônios ajudam a preparar o corpo para reagir de forma eficaz a uma situação estressante, por meio das reações de luta/fuga ou de congelamento (do inglês, freezing).
A resposta de luta ou fuga, também conhecida como resposta de (do inglês, fight or flight), é uma reação fisiológica do organismo diante de uma situação de estresse ou perigo percebido. Durante essa resposta, o corpo se prepara para enfrentar a ameaça ou fugir dela. Aqui, o sistema nervoso simpático é ativado, levando a uma série de mudanças fisiológicas, como o aumento da frequência cardíaca, a dilatação das vias aéreas, o aumento da liberação de adrenalina e a redistribuição do fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos. Essas alterações preparam o corpo para a ação física rápida e vigorosa necessária para lidar com a situação de estresse agudo. A resposta de luta ou fuga é uma adaptação evolutiva importante que ajuda os organismos a lidar com situações de perigo iminente.
No curto prazo após uma reação aguda a um estressor que significou risco à vida e à integridade de si ou de outros, como é o caso de um ataque de violência extrema, podemos observar:
Reações físicas: Dores de cabeça, dor muscular, tremores musculares, problemas gastrointestinais, aumento da pressão arterial, queda da imunidade.
Reações emocionais: Ansiedade, desconfiança, culpa, oscilações emocionais, sentimento de sobrecarga, sensação de perda de controle, desesperança, medo, desamparo.
Reações Cognitivas: Alterações de memória, déficit de atenção, dificuldade na resolução de problemas e na tomada de decisão, problemas de concentração.
Reações Comportamentais: Alterações no sono, no apetite, sobressalto, abuso de álcool/drogas, agitação difusa, agressividade, retraimento.
Estas reações devem ser entendidas como e esperadas diante de uma situação anormal. Necessário diagnóstico, averiguação e tratamento terapêutico e farmacológico.
Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica
Fontes:
SELYE, H. A síndrome de adaptação geral e Doença de Adaptação. Jornal Metabolismo clínico, 1926.
SAPOLSKY, R. M. Why zebras don’t get ulcers: A guide to stress, stress related diseases, and coping. W.H. Freeman, 1994.
CAPLAN, Gerald. Princípios de psiquiatria preventiva. Tradução por Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1964/1980.