O amor de Deus triunfa sobre o pecado humano!

    A liturgia do 24º. Domingo do Tempo Comum centra a nossa reflexão na lógica do amor de Deus. Contemplamos a Face de um Pai que faz festa pelo retorno de seu filho que estava perdido. Sugere que Deus ama o homem, infinita e incondicionalmente; e que nem o pecado nos afasta desse amor…

    A primeira leitura(Ex 32,7-11.13-14) apresenta-nos a atitude misericordiosa de Deus face à infidelidade do Povo. Neste episódio –  situado no Sinai, no espaço geográfico da aliança –  Deus assume uma atitude que se vai repetir vezes sem conta ao longo da história da salvação: deixa que o amor se sobreponha à vontade de punir o pecador. O grave drama do povo de Israel, expresso por meio da infidelidade da Aliança. Depois de ter recebido tantos benefícios de Deus e prestado juramento de fidelidade, o povo demonstrou total descompromisso, assim como Moisés foi apresentar-se a Deus, no alto da montanha do Sinai. Perverteu-se o povo e prostou-se diante do “bezerro de metal fundido”(Ex 32,8).

    Na segunda leitura(1Tm 1,12-17), São Paulo recorda algo que nunca deixou de o espantar: o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Esse amor derrama-se incondicionalmente sobre os pecadores, transforma-os e torna-os pessoas novas. Paulo é um exemplo concreto dessa lógica de Deus; por isso, não deixará de testemunhar o amor de Deus e de Lhe agradecer. O pecado – segundo a segunda leitura – é dolorosa experiência pessoal. A saída correta é a conversão, operada pela graça de Deus. São Paulo mesmo confessa que antes “blasfemava, perseguia e insultava”(1Tm 1,13). Porém, teve ele teve o encontro transformador com Jesus Cristo. Deixa claro que essa é a obra da graça. A esse poder divino contrasta a fragilidade humana; porém, a força divina sobressai, quando há o necessário acolhimento do poder de Deus.

    O Evangelho(Lc 15,1-32) apresenta-nos o Deus que ama todos os homens e que, de forma especial, Se preocupa com os pecadores, com os excluídos, com os marginalizados. A parábola do “filho pródigo”, em especial, apresenta Deus como um pai que espera ansiosamente o regresso do filho rebelde, que o abraça quando o avista, que o faz reentrar em sua casa e que faz uma grande festa para celebrar o reencontro. São Lucas nos oferece o esplendor das parábolas da misericórdia, própria do rosto paterno do Pai. No texto, estar presente a fragilidade e a maldade humanas; porém, prevalece a recuperação, a volta e a renovação da vida. A intenção do Evangelista é mostrar o valor da conversão para a salvação e a alegria resultante no céu, por um pecador arrependido. Jesus mesmo se apresenta nas feições de Pastor, que se coloca a caminho em busca da “ovelha perdida”(Lc 15, 4-7), de mulher que procura a “moeda de prata”(Lc 15, 8-10) e de pai amoroso que espera ansioso pela volta do filho(Lc 15,11-32). Nas três parábolas há um crescendo: na primeira, o pastor perde 1%; na segunda, a mulher perde 10% e na terceira, o pai perde 50%. Percebemos, assim, o valor da perda, ao menos ao mais importante. Nessas parábolas, a fragilidade do ser humano – com sua facilidade de se perder – encontra-se ao lado da vida renovada pela graça do encontro. Nelas há um final feliz: o amor de Deus está acima da fraqueza humana e merece ser festejado. As parábolas mostram de que lado Jesus e seu pai estão. Por fim, o final feliz aparece nas três parábolas, pois o amor de Deus triunfa sobre o pecado humano!

    Nosso Deus, bondade infinita, convida-nos a cada instante à festa do perdão, para celebrarmos a reconciliação na própria vida, bem como a reconciliação de todos “estes nossos irmãos”. Nós nos sentimos perdoados à medida que perdoamos os outros. Este será sempre o tamanho da nossa festa. Perdoai-nos, ó Pai, como nós perdoamos! Perdoar sempre resolve! Viva a festa do perdão em Cristo Ressuscitado!

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