No nosso mundo também há trigo

    Estamos conscientes da existência da maldade no nosso mundo. Continuamente, os meios de comunicação nos informam sobre violência, mortes, ódios e outros tantos sinais do mal que cresce na nossa sociedade. Por isso, quando lemos o evangelho do décimo sexto domingo do Tempo Comum, logo identificamos a cizânia e, em seguida, lhe pomos nomes e sobrenomes. Até mesmo na nossa família, é fácil encontrá-la. Entretanto, nós nos esquecemos do lado positivo.
    É que a parábola, contra todo pessimismo que tantas vezes nos invade, primeiro afirma que há muito trigo semeado. Tanto, que vale a pena aguardar o momento da colheita para exterminar o mal. Há muita boa semente plantada pelo Filho do Homem, como diz o próprio Jesus em sua explicação sobre a parábola. Essa boa semente está crescendo no nosso mundo. Há os que só querem ver a discórdia no campo, mas a realidade é que lá predomina a boa semente, o trigo. Se apenas houvesse discórdia, o dono do campo teria mandado que fosse toda arrancada. Não haveria razão alguma para que esperássemos até a colheita. Algo semelhante nos diz Jesus na parábola do fermento. Apenas um pouco de fermento é suficiente para que se levede toda a massa, mesmo que alguns pensem que isso seja impossível. Diante daqueles que pensam que a maçã podre poderá estragar as demais, Jesus afirma que a boa maçã será capaz de transformar as outras.
    As leituras deste domingo nos trazem uma mensagem cheia de vida e esperança.
    Em nossa sociedade, em nossa família e em cada um de nós, há muito mais trigo do que joio. Há muito mais para se salvar que para condenar. E mais ainda, nenhuma pessoa está definitivamente condenada. Nosso Deus espera por todos até o momento da colheita.
    Então, será o momento da purificação final, que salvará tudo o que for trigo em nós e nos libertará definitivamente do peso do mal. O Espírito Santo nos auxilia nesse caminho.
    Que Ele nos ajude a segui-lo, combatendo o mal entre nós e entre nossos irmãos.