Desde os tempos do primeiro testamento, existe entre o povo bíblico uma esperança, que não desfalece nunca: a de aparecer um grande líder, que estabeleceria as estruturas de um Reino de acordo com os planos de Deus. Esse herói invencível seria o Messias, o ungido por excelência. Sua missão primordial seria o de ser o vingador dos marginalizados, das viúvas, e dos fracassados pela maldade alheia. Seria o instaurador da justiça e do direito. “O Senhor me consagrou para curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade” (Is 61,1). Na prática, todos os ungidos que aparentavam ser a encarnação do grande profeta, apareciam com permanentes infidelidades, frustrando assim as esperanças do povo. Esta era sempre de novo adiada para o futuro. Até que veio o Profeta verdadeiro, Jesus, que no entanto não se revestia das características esperadas. Em vez de ser um vencedor, ele sucumbiu na sua missão, tornando-se um fracassado pela sua morte vergonhosa. Mas isso não impediu que as pessoas mais próximas o reconhecessem. “Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo” (Mc 8, 29). Sua mensagem foi muito revolucionária, envolvida em métodos suaves e racionais.
Mentalidades mais práticas, corrigiram essa visão muito religiosa do povo hebreu. Procuraram um Messias mais rés-do-chão, um salvador secularizado. Esses heróis mais modernos tinham como missão uma atuação profética muito distante da teocracia davídica. Tinham outra espiritualidade, mas uma mística muito forte. Durante 20 séculos apareceram muitos messianismos, que pareciam ser a solução definitiva para a humanidade. Nenhum deles chegou a vingar por longo período. Nos tempos atuais se sobrepôs, quase como um imperativo irrecusável, a ideologia socialista, que prometia o paraíso terrestre. Muita gente aderiu. Mesmo havendo fracassado nos seus objetivos, mesmo deixando uma esteira de injustiças jamais realizadas neste mundo, essa mística marxista perdura teimosamente. Está hibernando. Não esqueçamos que esse socialismo, mesmo sendo de origem cristã, é ateu e contrário à liberdade humana. Os filhos de Deus, no entanto, só reconhecem como verdadeiro Messias, o grande ungido do Espírito, Jesus de Nazaré.