Jesus ilumina o mundo!

    O 3º. Domingo do Tempo Comum apresenta-nos o projeto de salvação e de vida plena que Deus tem para oferecer ao mundo e aos homens: o projeto do “Reino”.

    Neste domingo contemplamos o início da missão de Jesus nas terras da Galileia. O Reino de Deus e sua novidade estão no centro da missão e do anúncio de Cristo. Neste dia, também, celebramos o Domingo da Palavra de Deus. O Papa Francisco nos recorda o valor transformador da Palavra de Deus na vocação e na missão da Igreja. Ela é luz para nossos passos, verdadeiro alimento.

    Na primeira leitura(Is 8,23b-93), o profeta/poeta Isaías anuncia uma luz que Deus irá fazer brilhar por cima das montanhas da Galileia e que porá fim às trevas que submergem todos aqueles que estão prisioneiros da morte, da injustiça, do sofrimento, do desespero. O povo que vivia sob o jugo da opressão, o profeta anuncia a restauração da independência e da liberdade. A missão autêntica do profeta é denunciar tudo o que oprime e empobrece as pessoas e anunciar o Deus libertador e Senhor da história, o qual nunca abandona seu povo.

    O Evangelho(Mt 4,12-23) descreve a realização da promessa profética de Isaías: Jesus é a luz que começa a brilhar na Galileia e propõe aos homens de toda a terra a Boa Nova da chegada do “Reino”. Proclamando a transição do antigo para o novo, o Evangelista nos diz que, depois da prisão de João, Jesus inicia seu ministério público na desprezada Galileia. A partir daí, não só na Galileia, mas os povos e todos os envolvidos pelas trevas da morte veriam e verão uma grande luz. A luz de Deus brilhou no horizonte da existência humana. Jesus anuncia a chegada da luz do Reino dos Céus. A conversão é necessária para que a luz do Evangelho do Reino dissipe as trevas do mal e do pecado. No centro da narrativa, está o chamado dos primeiros discípulos que, posteriormente, serão os continuadores do anúncio e da pregação da Palavra de Deus. É notável a disponibilidade dos primeiros vocacionados: “imediatamente o seguiram”! No final, o Evangelista sintetiza a ação evangelizadora do Cristo, Luz e Mestre. Jesus andava, ensinava, pregava e curava. Por toda parte, o Mestre itinerante ensinava e pregava a Palavra de Deus.

    Ao apelo de Jesus, respondem os discípulos: eles serão os primeiros destinatários da proposta e as testemunhas encarregadas de levar o “Reino” a toda a terra.

    A segunda leitura(1Cor 1,10-13.17) apresenta as vicissitudes de uma comunidade de discípulos, que esqueceram Jesus e a sua proposta. São Paulo denuncia a divisão e a discórdia presentes na comunidade de Corinto, e conclama a comunidade para que viva na unidade e na harmonia. A comunidade não vive por causa do carisma desse ou daquele pregador, mas sim pelo poder da cruz de Cristo. O centro da pregação de qualquer evangelizador ou missionário deve ser sempre Jesus de Nazaré. Muitas vezes, há o perigo de inventar outro Jesus que não tem nada a ver com o de Nazaré. Paulo, o apóstolo, exorta-os veementemente a redescobrirem os fundamentos da sua fé e dos compromissos assumidos no batismo. São Paulo exorta, diante das discórdias existentes em Corinto, à unidade e à concórdia. A comunidade que aderiu à Palavra do Evangelho não pode admitir em si “corações divididos”.

    Jesus continua convidando homens e mulheres a pregar a chegada do Reino de Deus. Eis o grande desafio para todos os cristãos de ontem, de hoje e de amanhã. Nossa sociedade continua violenta, injusta, entranhada em ódio e intolerância. Isso tudo é sinal de não acolhida do Reino dos Céus. A mudança se inicia com a conversão de cada um. Por isso propaguemos a luz da Palavra de Deus, anunciando a Boa-Nova do Reino e curando os males da sociedade. Por isso Jesus sempre continua iluminando o mundo!

    Por fim, por ocasião da instituição dos ministérios dos leitores e catequistas, o Papa Francisco disse que “a missão de cada um de nós é ser arautos credíveis, profetas da Palavra no mundo. Por isso, aproximemo-nos pela Sagrada Escritura, deixemo-nos interpelar profundamente pela Palavra, que desvenda a novidade de Deus e leva-nos a amar incansavelmente os outros. Voltemos a colocar a Palavra de Deus no centro da pastoral e da vida da Igreja. Ouçamo-la, rezemo-la, ponhamo-la em prática!”

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