Jesus doa a sua vida por nós! Hosana ao Filho de Davi!

    A liturgia deste último Domingo do tempo quaresmal, Domingo de Ramos, convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo, a maldade e o pecado fossem vencidos. Por Jesus, Deus ofereceu-nos a possibilidade de uma Vida nova.

    Durante as cinco semanas da Quaresma preparamos o nosso coração pela penitência e obras de caridade. Jesus para consumar o mistério da paixão, morte e ressurreição adentra em Jerusalém, sua cidade. Nós reviveremos a mesma entrada de Jesus em sua cidade, na memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressureição e de sua vida.

    Iniciamos hoje a celebração do Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. A entrada do Senhor na Cidade Santa, Jerusalém, o levará ao sofrimento e à crucificação, contudo, culminará em sua gloriosa Ressurreição. Aclamado como Rei pela multidão que estendia roupas, tapetes e ramos pelo caminho, o Senhor foi, posteriormente, julgado e condenado pela nação, que o levou a ser crucificado e morto. Essa dupla perspectiva – aclamação – glorificação e condenação – é encontrada nos dois textos evangélicos proclamados nesta liturgia.

    No Evangelho que é proclamado na primeira parte da Missa deste domingo – Lc 19,28-40 – como pobre, Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e é aclamado com muita alegria pelo povo.

    A primeira leitura – Is 50,4-7 – traz-nos a palavra e o drama de um profeta anônimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo de Deus” a figura de Jesus. O cântico de Isaías descreve o Servo como fiel discípulo e autêntico profeta que não teme contrariedades nem perseguições, pois Deus é seu auxiliador. Esta leitura – o terceiro Cântico do Servo – se atualiza no próprio Filho, servo e sofredor do Pai. Mesmo humilhado, não deixa abater o ânimo e persevera em seu caminho de fé e encontro com Deus. Do mesmo modo acontece conosco: devemos tomar nossa cruz dia após dia, confiantes no encontro definitivo com o Pai.

    A segunda leitura – Fl 2,6-11 – traz-nos um belo hino onde ecoa a catequese primitiva sobre Jesus. Fiel ao projeto do Pai, Ele desceu ao encontro dos homens, viveu a vida dos homens e sofreu uma morte atroz por amor aos homens. Mas a sua vida não foi malbaratada: Deus exaltou-O, mostrando que o caminho que Ele seguiu é o caminho que conduz à Vida. É esse mesmo caminho que somos desafiados a percorrer. Jesus é despojado de tudo, mas não teve medo e, como verdadeiro Servo, viveu a experiência humana até a morte. Deus, porém, recompensou sua fidelidade, exaltando-o na glória. Esta leitura relembra o movimento kenótico de Cristo: tanto o seu esvaziamento – por ter assumido a condição humana, mesmo sendo Deus –, quanto a sua glorificação – por ter inaugurado a feliz esperança da ressurreição para cada um de nós.

    O Evangelho da Paixão de Jesus – Lc 22,14-23,56 – relata-nos a paixão e morte de Jesus. É o momento culminante de uma vida gasta a concretizar o projeto salvador de Deus: libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo, escravidão, sofrimento e morte. Na cruz onde Jesus ofereceu a sua vida até a última gota de sangue, revela-se o incomensurável amor de Deus por nós; na cruz, Jesus disse-nos que o amor até ao extremo gera Vida nova e eterna. Os adversários se unem para acusar e condenar como subversivo o Justo. Jesus é vítima do império, que não admite contestação. Fiel ao Pai e ao povo até o fim, ele não se desviou nem desistiu da missão que lhe foi confiada.

    Que ao relembramos a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho, montaria dos pobres, com os nossos ramos nas mãos, com os quais devemos seguir Jesus hoje, nos lembremos de que Ele é sim, nosso Rei, mas na cruz: o Rei que veio amar, até quem o crucificava. Veio também para nos ensinar esse seu mesmo valor. Não podemos viver uma vida cristã que apague a cruz redentora! Santa semana maior para todos!

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