O iter da história, nos últimos tempos, tem perdido muitos valores que são fundamentais para uma vida que dá autenticidade para a sociedade. Quem mais tem sofrido com isto é a família, porque vem perdendo sua identidade, sua prática comunitária, a hierarquia dos valores e o respeito entre as pessoas. A causa está focada no individualismo vigente, dificultando uma relação de maior fraternidade.
Na Palavra de Deus encontramos a cena do Rei Salomão, que em vez de pedir ao Senhor riqueza, pede sabedoria, um dom que o ajudasse a distinguir o bem do mal e assim poder orientar melhor o seu povo (I Rs 3, 9). Isto significa ter visão administrativa e cuidado em relação aos governados, agindo com responsabilidade.
Mesmo convivendo com uma sociedade chamada de moderna, no auge da ciência e da tecnologia, lidamos com coisas “novas e velhas”. A novidade está patente e muito vislumbrada pelos nossos olhos. As coisas velhas fazem parte da tradição, que foram valores no passado e ajudam na formação do perfil da nova cultura.
É preciso investir em “coisas” que realmente são valores para dar fecundidade e sentido duradouro à vida. Valores passageiros corroboram com a frustração, o vazio e desmotivação para uma vida sadia. Talvez esteja aí a causa de tanto stress nas pessoas, culminado com doenças psicológicas e até suicídio.
Investir no bem supõe ter a sabedoria que Salomão pediu. Com isto ele conseguir ter juízos sábios, reconhecendo valores de sustentação para a vida do povo. Levou em conta a justiça, a bondade e lutou para eliminar as falsidades que enfeitam a vida do povo, mas não lhe proporcionam felicidade duradoura.
Em meio a valores de hoje, constatamos muitas coisas que não prestam e são riquezas imediatas. Importa saber fazer triagem, ficando com o que ajuda na estabilidade da vida. Não é fácil renunciar o que está na moda, porque significa ir contra o mercado da sociedade de consumo. Importa investir numa sociedade que encarne melhor a justiça do Reino querido por Deus.