No Brasil, que possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, o Governo está a ameaçar novos impostos. Segundo os experts no assunto, hoje o cidadão deste país já paga o dobro do que se arrecadava na época da Conjuração Mineira! Desta conspiração resultou a histórica revolta que imortalizou Tiradentes e bravos personagens que ergueram corajosamente sua voz contra as arbitrariedades da Metrópole. Hoje, quase cinquenta por cento da renda do povo deste país é para pagar tributos que lhes são fixados por aqueles que detêm o poder nas mãos A voracidade fiscal, portanto, continua até nossos dias e, na verdade com muito mais avidez por parte dos governantes. O Estado se apresenta ante os cidadãos como um cobrador inexorável e sem piedade, revestido de um autoritarismo alarmante. Este é um dos aspectos a ser refletido no momento trágico que vive uma nação, a qual, no entanto, é “gigante pela própria natureza”. Maus políticos, péssimos administradores, porém, depredam o tesouro nacional. Falta dinheiro para gastarem perdulariamente e então metem a mão no bolso do contribuinte. Cumpre denunciar tudo isto, pois os impostos escorchantes são o recurso dos incompetentes. Este clamor deve ecoar por toda parte sob pena de não se haurirem da História, que é a “mestra da vida”, os ensinamentos que ela ministra a bem da sociedade. Cidadania é saber também protestar com sabedoria contra o esmagamento ao qual a população fica submetida. Uma classe social a fixar as taxas e a outra a pagar, contemplando a malversação das fabulosas quantias arrecadadas. Rui Barbosa já dizia que “é de sua essência, o importo sobre a renda, o mais intrusivo dos impostos, o mais inquisitório, o mais ocasionado a conflitos entre autoridade e os contribuintes. Devassando as fortunas, devassa a vida individual no recato”. É o aterrador imposto de renda que muitos a cada mês com tristeza veem descontado nos seus salários, bem menores dos que os dos políticos que reinam em Brasília, nas Assembleias Legislativas dos Estados, nas Câmaras Municipais das Cidades e em outras sinecuras apadrinhadas que foram por correligionários influentes. A preocupação maior, infelizmente, de muitos homens públicos é arrecadar e gastar mal o que recolhem dos cidadãos. Entretanto, já mostrava Caio Salústio Crispo, um dos grandes escritores latinos que “a avareza é corruptora da fidelidade, da honradez de todas as demais virtudes”. Quando o avarento se enriquece às custas dos outros, os efeitos éticos são muito piores e é toda um país que sofre suas consequências, como as que hoje se dão nesta pátria bem-amada. Que reine, porém, a ética, elemento basilar para que surja uma tessitura humanística, a qual leve certos políticos a melhor governar. Então, sim, não apelarão para mais impostos, a arma dos incapazes.