É importante sempre recordar os cinco mandamentos da Lei da Igreja, que são cinco: 1- Participar da Missa aos Domingos e outras festas de guarda, ficando livre de trabalhos e de atividades que pudessem impedir a santificação desses dias No Brasil os dias santos de guarda são: Santa Maria, Mãe de Deus – 01 de janeiro; Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) – data variável entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade; Imaculada Conceição de Maria – 08 de dezembro; Natal de Jesus Cristo – 25 de dezembro. 2- Confessar-se ao menos uma vez por ano. 3- Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos pela Páscoa. 4- Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja. Dias de jejum e abstinência: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa. 5-Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades. Estes cinco mandamentos, na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo “dízimos” do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, contribuição, não taxação, mesmo porque dízimo, no sentido próprio da palavra, nunca existiu na Igreja Católica. Muitos indagam porque estes mandamentos foram instituídos. Conforme está no número 2041 do Catecismo da Igreja Católica, “os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo”. Estes mandamentos mostram o mínimo que um fiel deve observar para cumprir suas obrigações para com Deus. Há uma diferença entre os mandamentos de Lei de Deus e os mandamentos da Lei da Igreja. Os mandamentos de Lei de Deus são o conjunto de dez leis dadas, segundo o Antigo Testamento, a Moisés no monte Sinai. Os Mandamentos da Lei da igreja são obrigações estabelecidas pela Igreja consideradas as mais importantes para os fiéis. Ela legisla por força da autoridade que Cristo lhe conferiu. A Igreja tem, de fato, o poder legislativo no âmbito religioso, visando o progresso espiritual dos fiéis. O cinco mandamentos da lei da Igreja prescrevem o mínimo que um fiel deve pratica. Com efeito, quem penetra fundo, por exemplo, no significado da Comunhão não se limitará nunca a receber o Sacramento da Eucaristia uma vez por ano. Ao instituir a Eucaristia Cristo desejava se unir a nós em estreita comunhão. Ele mesmo asseverou: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). É que Ele não só quis prolongar uma imolação já de si tão estupenda, senão que desejou que nós estivéssemos unidos a Ele por uma união reduplicada, profunda, ou seja, nós nele e Ele em nós num modo de estar recíproco. O ser racional em Deus e Deus nele! Maravilha que só um grande amor poderia realizar. Apenas na eternidade o cristão terá plena consciência da imensidade de benefícios espirituais que, no tempo, estiveram a seu inteiro dispor no Sacramento do Altar. A graça sacramental específica que ele outorga é a força que de si comunica por ser alimento divino. Robustez, fruto da união física com o Verbo Eterno de Deus. Esta união com Ele é transformadora, metamorfoseando o fiel em Cristo. Por isto quem tem fé procura viver em estado de graça para poder sempre comungar.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.